PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Manifestantes bloqueiam rodovias de Alagoas por descumprimento de acordo de reforma agrária

Protestos nas BR-104 e BR-101 cobram assentamento de famílias em terras do Grupo João Lyra, conforme acordo de 2016
Fechamento da BR-101, em Teotônio Vilela (AL), em 14 de abril de 2025.

Fechamento da BR-101, em Teotônio Vilela (AL), em 14 de abril de 2025.

— Reprodução/MST

14 de abril de 2025

Movimentos do campo interditaram trechos das BRs 101 e 104 em Alagoas na manhã desta segunda-feira (14), como parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária Popular. As manifestações reúnem centenas de camponeses e camponesas em União dos Palmares e Teotônio Vilela, que cobram do governo estadual o cumprimento de um acordo firmado em 2016.

A mobilização foi organizada por diversas entidades, entre elas Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento Terra Livre (TL).

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Reivindicação por terras da massa falida do grupo João Lyra

Os protestos têm como foco a destinação de áreas da massa falida do Grupo João Lyra para fins de reforma agrária. Desde a falência do grupo, anunciada entre 2011 e 2014, movimentos do campo passaram a reivindicar o assentamento de famílias nas terras das usinas Guaxuma, Uruba e Laginha.

Em 2016, após negociações com o governo do estado, a massa falida e o Tribunal de Justiça de Alagoas, foi firmado um acordo. A proposta previa a retomada da produção em uma das usinas para pagamento de credores e, como contrapartida, a destinação de 1.500 hectares da Usina Guaxuma e toda a área da Usina Laginha para assentamentos. Segundo os movimentos, o compromisso não foi cumprido.

Jornada de abril e memória do massacre de Eldorado dos Carajás

As manifestações integram a agenda de abril da Jornada Nacional da Reforma Agrária Popular, que neste mês relembra os 29 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996 no Pará, quando 21 trabalhadores rurais foram assassinados pela Polícia Militar durante uma manifestação.

Segundo os organizadores, além de cobrar o cumprimento de acordos, a jornada destaca a importância da reforma agrária para a produção de alimentos saudáveis e o enfrentamento da desigualdade no campo. “Relembrar Eldorado é manter viva nossa história e reafirmar a atualidade da luta”, afirmam os manifestantes, de acordo com nota do MST.

A coordenação do MST afirma que as mobilizações continuarão até que o governo estadual retome as negociações. A Jornada de Lutas segue em abril em todo o país, com o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano