PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

‘Me sinto lesada’: nutricionista aponta racismo algorítmico em vagas sugeridas pelo LinkedIn

Questionada pela Alma Preta, plataforma alega não utilizar dados como raça para sugestão de vagas aos usuários
Escritório do LinkedIn em São Francisco, Califórnia, em 26 de julho de 2023.

Escritório do LinkedIn em São Francisco, Califórnia, em 26 de julho de 2023.

— Justin Sulliva/Getty Images via AFP

30 de maio de 2025

A nutricionista e pesquisadora Bruna Oliveira denunciou nas redes sociais uma ação do LinkedIn que ela considera ter sido motivada por racismo algorítmico. A profissional relata que teve seu perfil associado exclusivamente a vagas de auxiliar de serviços gerais, apesar de sua formação e atuação profissional serem diferentes.

Na publicação, Oliveira conta que mesmo não buscando vagas de emprego, a plataforma lhe sugeriu quatro vagas na área de serviços gerais. “Meu perfil está completo, atualizado, conectado com minha empresa e atuação como pesquisadora. Mesmo assim, o LinkedIn indicou que essas eram as vagas que mais combinavam comigo”, relatou.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Com graduação em nutrição e mestrado em ciências sociais, Bruna atua como consultora em alimentação e sustentabilidade. Após o caso, a nutricionista criticou os critérios da rede para sugerir vagas profissionais.  

“Eu quero que o LinkedIn explique publicamente quais foram os critérios usados para que todas as vagas sugeridas tenham sido de serviços gerais. Qual é o papel da inteligência artificial nisso? Qual o peso do reconhecimento facial e da tonalidade da minha pele nessa equação?”, questionou.

Bruna também destacou o impacto pessoal e simbólico do episódio. “Me sinto lesada pela minha história. Minha mãe, minhas tias e avós foram empregadas domésticas. Elas limparam muita privada para eu só precisar limpar a minha.”

Posicionamento da plataforma LinkedIn 

O tema reacendeu o papel das empresas de tecnologia na reprodução de desigualdades históricas. Em nota enviada à Alma Preta, o LinkedIn alegou que as suas recomendações de vagas são baseadas na atividade dos usuários, como buscas, alertas, informações de perfil e interações na plataforma.

“Como esse sistema depende de títulos de cargos padronizados, isso pode influenciar quais vagas são recomendadas e o quanto elas correspondem aos interesses dos(as) profissionais. Ou seja, as recomendações equivocadas não foram causadas por discriminação racial”, afirmou.

A empresa disse que informações como idade, raça, nacionalidade ou gênero não são utilizadas para recomendações de vagas. “Avaliamos continuamente nossos sistemas para identificar e corrigir possíveis vieses, e contamos com especialistas dedicados em garantir que nossa tecnologia funcione de forma justa para todos”, acrescentou o LinkedIn.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano