A nutricionista e pesquisadora Bruna Oliveira denunciou nas redes sociais uma ação do LinkedIn que ela considera ter sido motivada por racismo algorítmico. A profissional relata que teve seu perfil associado exclusivamente a vagas de auxiliar de serviços gerais, apesar de sua formação e atuação profissional serem diferentes.
Na publicação, Oliveira conta que mesmo não buscando vagas de emprego, a plataforma lhe sugeriu quatro vagas na área de serviços gerais. “Meu perfil está completo, atualizado, conectado com minha empresa e atuação como pesquisadora. Mesmo assim, o LinkedIn indicou que essas eram as vagas que mais combinavam comigo”, relatou.
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Com graduação em nutrição e mestrado em ciências sociais, Bruna atua como consultora em alimentação e sustentabilidade. Após o caso, a nutricionista criticou os critérios da rede para sugerir vagas profissionais.
“Eu quero que o LinkedIn explique publicamente quais foram os critérios usados para que todas as vagas sugeridas tenham sido de serviços gerais. Qual é o papel da inteligência artificial nisso? Qual o peso do reconhecimento facial e da tonalidade da minha pele nessa equação?”, questionou.
Bruna também destacou o impacto pessoal e simbólico do episódio. “Me sinto lesada pela minha história. Minha mãe, minhas tias e avós foram empregadas domésticas. Elas limparam muita privada para eu só precisar limpar a minha.”
Posicionamento da plataforma LinkedIn
O tema reacendeu o papel das empresas de tecnologia na reprodução de desigualdades históricas. Em nota enviada à Alma Preta, o LinkedIn alegou que as suas recomendações de vagas são baseadas na atividade dos usuários, como buscas, alertas, informações de perfil e interações na plataforma.
“Como esse sistema depende de títulos de cargos padronizados, isso pode influenciar quais vagas são recomendadas e o quanto elas correspondem aos interesses dos(as) profissionais. Ou seja, as recomendações equivocadas não foram causadas por discriminação racial”, afirmou.
A empresa disse que informações como idade, raça, nacionalidade ou gênero não são utilizadas para recomendações de vagas. “Avaliamos continuamente nossos sistemas para identificar e corrigir possíveis vieses, e contamos com especialistas dedicados em garantir que nossa tecnologia funcione de forma justa para todos”, acrescentou o LinkedIn.