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Melanina é responsável pela cor e pela proteção natural da pele negra

Mesmo tendo menor chance de desenvolver câncer de pele, é necessário manter os cuidados diários em peles mais escuras

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nadine Nascimento | Imagem: Reprodução/SquareSpace

Imagem mostra diferentes tons de pele negra, pigmentadas pela melanina

17 de setembro de 2021

Entre as diversas tonalidades de pele negra, desde as mais claras até as mais retintas, todas têm algo em comum: a melanina, um pigmento que pode interferir também na coloração dos olhos e dos cabelos.

“A cor da pele é caracterizada pela combinação de três elementos: caroteno, hemoglobina e melanina, sendo que a quantidade e a produção da melanina, bem como a sua distribuição, é o que vai determinar diferentes variações na cor da pele”, é o que explica a coordenadora do curso de biomedicina da Estácio de Sá, Alessandra Roggério.

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A professora ressalta que a diferença entre as tonalidades de pele ainda dependem de outros fatores, como a quantidade e tipo de melanina, que são dois: “Existe a eumelanina, que dá a cor preto e castanho, e a feomelanina, responsável pela característica ruiva das peles muito claras e dos cabelos ruivos”, afirma a especialista.

Alessandra Roggério também comenta que a melanina é sintetizada dentro de organelas chamadas melanossomos, e a quantidade e distribuição destes melanossomos é o que vai influenciar na cor da pele.

“Os melanossomos de aspecto mais escuro são mais numerosos, maiores e mais alongados. A herança genética repassada pelos pais também é determinante para a cor da pele”, reforça a professora.

Problemas causados pela alta quantidade de melanina

“O excesso de melanina pode causar uma condição chamada hiperpigmentação, ou seja, uma pigmentação desigual da pele. É um problema comum, que pode ser induzido a partir de alta exposição ao sol, traumas, uso de hormônios, como os presentes nos anticoncepcionais, medicamentos, cosméticos, doenças endocrinológicas e exposição a agentes físicos ou químicos”, diz Alessandra.

Segundo ela, os problemas causados pelo excesso de melanina também podem ser causados por alterações genéticas ou pela presença de tumores. A idade também é um determinante para o aumento da pigmentação.

“Uma outra doença comum é o melasma, que pode acontecer pela exposição ao sol ou por excesso de hormônios, como por exemplo, na gravidez”, completa.

Alessandra Roggério diz também que algumas regiões do corpo humano podem sofrer com escurecimento da pele, como os genitais, axilas e virilhas, mas que isso é natural por conta dos hormônios ou atritos.

Mais melanina não significa menos cuidados

“As pessoas de pele negra têm o menor risco de desenvolver o câncer de pele, é verdade. Isso acontece porque a melanina tem como principal função a proteção das células contra a radiação da luz solar. No entanto, quando acontece, o câncer de pele já está em um estado muito avançado, com prognóstico pior”, explica. “Não é por que existe essa proteção por conta da melanina que se pode dispensar o uso de protetor solar”, completa a especialista.

Outros cuidados com a pele negra são voltados ao controle de oleosidade. Isso se dá principalmente por ser um tipo de pele com muitas glândulas sebáceas, o que, segundo Alessandra, é o que determina a produção de óleo na pele.

“Isso pode acabar favorecendo a acne, foliculites e quelóides. Então, é importante que seja feito um cuidado de limpeza nessa pele: lavar duas vezes ao dia com sabonetes específicos”, recomenda.

Leia também: ‘Foliculite em pele negra: veja quais são os principais cuidados’

Sobre o mito de que a pele negra demanda menos hidratação, Alessandra Roggério diz que mesmo com o excesso de oleosidade, é necessário dar atenção a essa etapa de cuidados nas peles mais escuras. Se possível, a biomédica recomenda o uso de vitamina C, substância que previne o aparecimento de manchas e uniformiza a cor da pele.

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