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Missa de 7° Dia de Guilherme vira clamor contra o genocídio da juventude

21 de junho de 2020

Familiares e amigos pediram por Justiça; jovem foi torturado e morto por sargento da PM no último domingo

Texto: Pedro Borges I Edição: Juca Guimarães I Imagem: Pedro Borges

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Em frente a casa da família Guedes, na Vila Clara, na zona Sul de São Paulo, centenas de parentes, ativistas e amigos se reuniram para protestar e acompanhar uma missa em memória de Guilherme Silva Guedes, jovem de 15 anos, torturado e morto por policiais militares, na madrugada do último dia 14.

O rapaz estava no portão da avó, mesmo local onde se iniciou o ato, quando foi levado pelos policiais, que estariam atrás de suspeitos de roubar um galpão no mesmo bairro.

Durante todo o ato, a maioria dos manifestantes estavam usando roupas branca, segurando balões brancos, fotos do Guilherme cartazes pedindo por Justiça.

“É muita revolta. A polícia quando chega na periferia, ela tem cor e tem lado. Ela chega para nos calar. Após o assassinato de um jovem como o Guilherme, o próximo passo deles é nos calar”, disse Anderson John, do movimento Atitude, que promove ações de ajuda humanitária para famílias em vulnerabilidade durante a pandemia.

No beco onde o rapaz foi torturado, uma pichação no muro resumia o sentimento dos amigos: “Quem mata mais??? O Covid-19 ou a polícia???”.

O ato pacífico seguiu até a praça comunitária Professora Lygia Maria Salgado Nóbrega, conhecida como praça da feira livre, na avenida Cupecê. Foi celebrado um ato religioso e os parentes falaram sobre o Guilherme. Foram várias homenagens com a soltura dos balões e corais com canções sobre amizade e saudade.

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Amigos do garoto disseram que vão reivindicar a criação e um mural da juventude com o nome do Guilherme.

A família contou que o corpo de Guilherme tinha ferimentos provocados por tiros nas mãos e na cabeça. Ele também tinha diversos ferimentos espalhados pelo corpo. A semana que se seguiu ao assassinato de Guilherme foi marcada por vários protestos na região.

Na quarta-feira (17), após a onda de protesto, a polícia prendeu o sargento Adriano Fernandes de Campos, suspeito de matar Guilherme com um cúmplice provavelmente também da polícia. O sargento aparece em imagens de vídeo, a paisana, se aproximando de Guilherme segurando algo que parece uma arma.

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No interrogatório, Adriano, que trabalhava no Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar em São Bernardo do Campo, cidade da região metropolitana, ficou em silêncio.

Adriano é dono de uma empresa de segurança, prática ilegal segundo o regulamento da PM. Na sexta, um vigilante que trabalhava no galpão e teria participação no crime se entregou para a polícia.

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