O Brasil se despede de um de seus mais importantes líderes do movimento negro nesta quinta-feira (6). Aos 71 anos, Flávio Jorge Rodrigues da Silva faleceu em decorrência de complicações de um câncer no intestino, contra o qual lutava nos últimos anos.
Nascido em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, em 1953, Flávio Jorge mudou-se para a capital aos 17 anos em busca de oportunidades de trabalho. Foi na cidade grande que iniciou sua trajetória de ativismo, engajando-se em movimentos sociais e políticos que lutavam pela igualdade racial e pela justiça social.
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Um dos pontos altos de sua militância foi a articulação da Soweto Organização Negra em São Paulo e da Executiva da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). Além disso, ocupou o cargo de secretário nacional de combate ao racismo do PT entre 1995 e 1999, contribuindo significativamente para a promoção de políticas públicas de inclusão e igualdade racial.
Flávio Jorge teve papel fundamental na formação do 1º Encontro Nacional de Entidades Negras (Enen) e na atuação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Como conselheiro do Instituto Lula e membro da coordenação da Iniciativa África, deixou sua marca na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
Flávio Jorge foi também um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), onde colaborou na elaboração de importantes iniciativas, como o Centenário da Abolição em 1988. Sua influência e legado foram reconhecidos pelo Governo Federal, que emitiu uma nota de pesar destacando sua contribuição para as lutas pelos direitos dos trabalhadores e do povo negro.
“Flávio foi um dos grandes responsáveis pela primeira mulher negra se tornar ministra com a criação da Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, caminhos abertos para a criação do Ministério da Igualdade Racial de hoje. Meus sentimentos à família, amigos e militantes que tiveram o prazer de lutar ao lado de Flávio Jorge”, expressou o Planalto em sua nota.