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Mortes de trabalhadores humanitários atinge recorde, declara ONU

Com 280 trabalhadores humanitários mortos em conflito, o último ano apresentou um aumento de 137% em relação a 2022
Além do aumento no último ano, os primeiros oito meses de 2024 já contabilizaram cerca de 176 trabalhadores humanitários mortos.

Foto: Bassel Tawill / AFP

19 de agosto de 2024

De acordo com informações da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023 a violência contra trabalhadores humanitários vitimou 280 pessoas em 33 países ao redor do mundo. O número é o maior índice desde 2013 e pode ser superado neste ano.

Em comunicado para o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a chefe interina do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Joyce Msuya, condenou o aumento da violência e questionou a ausência de responsáveis pelas mortes.

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“A normalização da violência contra os trabalhadores humanitários e o fato de ninguém ser responsabilizado é inaceitável, inadmissível e extremamente perigoso para as operações humanitárias em todo o mundo”, afirmou Joyce.

O último ano, apontado por Joyce como “o mais mortífero de que há registro”, teve um aumento de 137% em relação a 2022, que contabilizou 118 mortos. Os números foram baseados no Aid Worker Security Database, banco de dados de segurança dos trabalhadores humanitários mantido pelo governo dos Estados Unidos.

Em 2023, cerca de 163 das mortes dos trabalhadores aconteceram em Gaza, durante os primeiros três meses do conflito com Israel. A parcela representa mais da metade de todas as vítimas do período.

Segundo a Aid Worker, os primeiros oito meses de 2024 já acumulam um número superior ao da maioria dos anos anteriores. Cerca de 176 trabalhadores humanitários foram mortos somente no período de 1º de janeiro até 9 de agosto deste ano, o que indica que até o final de dezembro o recorde de violência pode ser quebrado novamente.

Em publicação no X (antigo Twitter), o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a comunidade internacional e os governos precisam demandar mais esforços para proteger os civis dos conflitos. 

“O direito internacional humanitário – lei que protege os civis durante a guerra- está sendo ignorado e pisoteado. Isso é uma falha de humanidade, responsabilidade e liderança. Os governos devem agir com humanidade e pressionar todos os envolvidos no conflito para proteger os civis”, comentou Guterres.

https://twitter.com/antonioguterres/status/1825491399556645125

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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