Funcionários demitidos não foram recontratados; museu deve reabrir entre outubro e novembro, mas data exata depende de decreto municipal sobre a pandemia
Texto: Guilherme Soares Dias | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação
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O Museu Afro Brasil, localizado no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, contratou pelo menos três novos funcionários e está com processos seletivos em fase de finalização. A volta das contratações faz parte do planejamento da retomada das atividades do museu, que abriga cerca de 4 mil obras e é considerado um dos melhores do mundo sobre diáspora africana.
A grandeza da instituição não a impediu, no entanto, de protagonizar notícias negativas no começo da pandemia, quando 23 dos 80 funcionários foram demitidos e acusaram o diretor Emanoel Marinho de má gestão.
A reabertura deve ocorrer em outubro ou novembro. A assessoria de imprensa do museu informa que a data exata da volta depende do decreto que prevê que a reabertura dos museus só ocorrerá na fase verde da transmissão da Covid-19, o novo coronavírus, ou seja, quando a taxa de contágio na capital paulista diminuir.
A instituição não informa o número exato de contratações nos últimos meses, mas segundo os funcionários demitidos, só um deles foi recontratado, enquanto novas vagas foram reabertas. O anúncio da contratação de coordenador do Núcleo de Educação, cargo considerado estratégico, chamava a atenção pela quantidade de atividades que o funcionário exerceria. Ao todo eram 35 itens como: “consolidar o programa de educação atualizando e elaborando projetos que ampliem e complementem os princípios orientadores do programa, avaliando seus resultados; coordenar e planejar a execução do Programa de Educação; desenvolver instrumentos de avaliação do programa e dos projetos que o integram”.
Havia ainda uma atividade que demarca a necessidade de alinhamento à direção do museu: “Manter a direção informada sobre suas atividades, relatando verbalmente ou por escrito às ocorrências internas”. Nos bastidores, especulá-se que apesar da abertura da vaga, ela já tinha nome certo para ocupá-la.
Os antigos funcionários do museu afirmam ainda que quem trabalha lá precisa “cuidar da saúde mental”, por conta da pressão sofrida. Em carta aberta após a demissão, os funcionários dizem que protagonizaram “sucessivas situações de crises institucionais”. O texto reforça ainda “os excessos protagonizados pela gestão da instituição” e pelo diretor da entidade, Emanoel Araujo, que “trata o bem público como um bem privado”.
Enquanto o Museu Afro Brasil não reabre, é possível visitá-lo por meio de tour virtual. Há atividades remotas e lives. A equipe ainda trabalha com redução salarial.