O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) divulgou o Boletim Social sobre o perfil da população negra no estado do Maranhão. O estudo, apresentado em evento na Secretaria de Estado da Transparência e Controle (STC), traz dados sobre educação, renda, mercado de trabalho, segurança e saúde da população negra.
A população negra (preta e parda) representa 55,5% da população brasileira, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Maranhão, esse percentual chega a 79% (5,4 milhões de pessoas). O município de Serrano do Maranhão tem a maior proporção de negros (97,2%), enquanto São Luís concentra o maior número absoluto (761,1 mil).
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Avanços na educação e no emprego
Entre 2012 e 2024, a população negra no Maranhão aumentou sua escolaridade média, passando de 6,3 para 8,3 anos de estudo. O número de negros com ensino superior completo chegou a 10,5% em 2024. A taxa de analfabetismo nessa população caiu de 19,3% para 12% no mesmo período.
No mercado de trabalho, 91,7% dos negros estavam empregados em 2023, com maior presença em setores que exigem qualificação profissional. Entre 2012 e 2023, a renda média dessa população cresceu 24,5%, mas os negros ainda recebem 44,6% menos que os não negros.
Renda, violência e desigualdade racial
O rendimento médio domiciliar per capita dos negros maranhenses aumentou 34% entre 2012 e 2023, o que reduziu os índices de pobreza em 12 pontos percentuais e de extrema pobreza em 8,4 pontos percentuais. Apesar disso, negros ainda representam 89,4% dos beneficiários do Bolsa Família no estado.
A população negra maranhense também continua mais exposta à violência. Em 2023, a taxa de homicídios foi de 29,8 mortes a cada 100 mil pessoas negras, enquanto entre os não negros o índice foi de 17,4. Apesar da diferença, o Maranhão ocupou a 9ª posição no ranking nacional com o menor risco relativo de homicídios entre negros e não negros.
Na saúde, o número de consultas pré-natal para mães negras aumentou, mas a qualidade da assistência médica ainda enfrenta desafios. Em 2023, 76,9% das mortes de mães negras foram causadas por complicações obstétricas diretas.
O material completo está disponível para download no site do Imesc.