A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) declarou, na última segunda-feira (1º), o fim da Operação Verão, que ocorre desde fevereiro nas cidades da Baixada Santista. As ações somam um total de 56 mortos. Entre eles, uma pessoa cega, uma pessoa com mobilidade reduzida e uma mãe de seis filhos foram mortos pela PM.
Sucessora da segunda versão da Operação Escudo, deflagrada também em fevereiro deste ano, estima-se que a Operação Verão seja a mais letal desde o Carandiru. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou mais de 400% nos dois primeiros meses de 2024 na Baixada Santista, segundo dados do Ministério Público de São Paulo.
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A operação foi amplamente denunciada pela brutalidade e indícios de execuções. Moradores, políticos, ativistas e representantes dos direitos humanos foram a público protestar contra as ações truculentas da PM nos locais.
Nas denúncias, houve casos de abordagens armadas contra crianças, ameaças de morte aos moradores, execuções de pessoas desarmadas, perseguições, alterações nas cenas de assassinatos, omissão de socorro, entre outros abusos da corporação.
Claudio Silva, ouvidor da Polícia Militar do Estado de São Paulo, avaliou, em entrevista publicada pela Agência Brasil, que a operação teve um impacto negativo na sociedade, reforçando um modelo ultrapassado de segurança pública.
A operação se encerra, mas deixará um reforço de mais de 300 agentes militares no efetivo das principais cidades da Baixada Santista. Também há previsão de aumento de policiais civis na região, além da aquisição de mais barcos blindados, armamentos e viaturas.