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Pastor que disse que acabaria com terreiros é indiciado por intolerância religiosa

Na ocasião, em 2022, o pastor Felippe Valadão disse que fecharia centros de umbanda no Rio de Janeiro, além de chamar umbandistas de “endemoniados”
Na imagem, o pastor Felippe Valadão.

Foto: Reprodução / Instagram

18 de abril de 2024

O pastor evangélico Felippe Valadão foi indiciado pelo crime de intolerância religiosa, cometido durante um evento da Prefeitura de Itaboraí (RJ), em maio de 2022. O inquérito policial foi concluído e encaminhado para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) na terça-feira (16).

O episódio ocorreu em 2022, no qual o pastor fez uso do evento oficial da prefeitura, pago com verbas públicas, para proferir ofensas contra os povos tradicionais de terreiro.

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A agressão, gravada em vídeo, foi apurada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que comprovou a prática de intolerância religiosa. 

De acordo com apuração do G1, o relatório do Decradi concluiu que Felippe pretendeu “impor um único padrão religioso sem o respeito à diversidade e à liberdade religiosa”.

O caso ocorreu durante o evento de aniversário de 189 anos da cidade, onde Valadão afirmou, diante do público, que acabaria com os terreiros de umbanda da cidade. Além disso, o pastor chamou as pessoas de religião de matriz africanas de “endemoniados”. 

“Avisa aí para esses endemoniados de Itaboraí: o tempo da bagunça espiritual acabou, meu filho. A igreja está na rua. A igreja está de pé. E ainda digo mais, prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade”, disse Valadão durante a apresentação.

Na época, o pastor justificou sua fala alegando que não teria incitado a violência contra centros de umbanda ou pessoas de religiões de matriz africana. Em sua defesa, o líder evangélico argumentou que sua fala foi em razão da fé, e que teria dito que os centros seriam fechados por conversão, o que para ele, não configuraria violência.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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