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Pesquisa revela que 90% dos estudantes LGBTI+ sofrem agressão verbal na escola

O estudo da Aliança Nacional LGBTI+ mostra as consequências das agressões no ambiente escolar
Imagem da bandeira LGBTQIAP+.

Imagem da bandeira LGBTQIAP+.

— Astrobobo/Pixabay

17 de abril de 2025

Cerca de 90% dos adolescentes e jovens LGBTI+ afirmaram ter sido vítimas de agressões verbais no ambiente escolar em 2024. Os dados são da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, divulgada na quarta-feira (16) na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.

O estudo foi realizado pela Aliança Nacional LGBTI+, organização dedicada à promoção da defesa dessa população, em parceria com o Instituto Unibanco e com o apoio técnico do Plano CDE.

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O relatório se baseia em uma pesquisa realizada entre agosto de 2024 e janeiro de 2025 por meio de questionário respondido por 1.349 estudantes de escolas públicas e privadas. Foram consideradas 1.170 respostas de participantes que se identificam como LGBTQI+, com diversas identidades de gênero e orientações sexuais.

O estudo aponta que 86% dos estudantes sentem insegurança na escola por alguma característica pessoal. A aparência está entre um dos principais gatilhos para a violência. Entre pessoas trans e travestis, esse número sobe para 93%.

Foram identificados casos recorrentes de violências. De acordo com os alunos entrevistados, 34% foram vítimas de violência física. O índice é ainda mais alto entre pessoas trans, travestis e pessoas negras, chegando a  38%.

Consequências das agressões

A pesquisa mostra que as agressões mencionadas por vítimas de comentários ofensivos, bullying ou LGBTfobia são praticadas, em sua maior parte, por estudantes (97%). Por poderem ter sido agredidos mais de uma vez, por mais de uma pessoa, os alunos indicam que 34% dos agressores são docentes e educadores, 16% são membros da gestão ou da diretoria da escola e outros 10% por demais profissionais da  instituição de ensino.

Após sofrerem bullying, poucos estudantes recebem apoio efetivo das escolas. Apenas 31% procuraram as unidades de ensino, mas 69% afirmaram que nenhuma ação foi tomada para combater as agressões. Além disso, 86% consideram as medidas adotadas pouco ou nada eficazes, enquanto apenas 8% avaliaram as soluções eficazes.

As consequências do bullying refletem diretamente no risco de evasão escolar. Segundo o estudo, 47% dos estudantes deixaram de frequentar a escola em algum momento por se sentirem inseguros. Entre pessoas trans, esse percentual sobe para 58%.

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