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Polícia Civil descarta racismo em abordagem a jovens negros filhos de diplomatas; famílias se opõem

Inquérito conclui que não houve motivação racial em ação policial contra filhos de diplomatas em Ipanema, mas famílias criticam conclusão
Fachada da Secretaria de Estado da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro. A instituição concluiu inquérito sobre a abordagem de jovens negros, filhos de diplomatas, em ação policial. Segundo os policiais, não houve motivação racial no ocorrido.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

12 de agosto de 2024

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito sobre a abordagem a três jovens negros filhos de diplomatas, ocorrida em julho na zona sul da capital fluminense. A Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat) concluiu que não houve racismo por parte dos policiais militares que abordaram os jovens, tampouco o crime de injúria racial.

Os jovens, que faziam turismo em Ipanema junto com um amigo branco, foram abordados por policiais militares enquanto estavam na entrada de um prédio. De acordo com o inquérito, nem os jovens negros nem o amigo branco relataram o uso de xingamentos ou palavras ofensivas de cunho racial por parte dos policiais. Além disso, o relatório afirma que todos os quatro jovens foram tratados da mesma forma e que não houve distinção na revista.

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A defesa dos policiais argumenta que, pouco antes da abordagem, um turista estrangeiro informou aos PMs sobre um roubo. Imagens das câmeras corporais dos policiais confirmaram a versão dos agentes. O inquérito apontou que a abordagem foi realizada com base na descrição fornecida pelo turista e que os PMs não selecionaram os jovens negros com base na cor da pele.

A advogada Raquel Fuzaro, que acompanhou os jovens nos depoimentos, expressou surpresa e indignação com o relatório. “As famílias receberam o resultado com um sentimento de injustiça. A repercussão do relatório resultou em uma revitimação dessas crianças, que foram vítimas de um caso grave”, afirmou, conforme informa a Agência Brasil.


Segundo Fuzaro, as imagens mostram que o amigo branco foi tratado de forma diferente e que os jovens negros foram abordados de maneira violenta. Ela criticou o relatório por não reconhecer o tratamento discriminatório que, segundo ela, foi evidente. As famílias dos jovens continuam questionando a conclusão da investigação, alegando que houve perfilamento racial na abordagem policial.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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