O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou uma ação policial truculenta contra o Acampamento Palestina Livre, que compõe o Assentamento Egídio Brunetto, no município de Juscimeira (MT). Segundo a nota, as famílias sofreram tortura física e psicológica em operação deflagrada na madrugada da segunda-feira (8).
A denúncia da Direção Estadual do MST no Mato Grosso conta que agentes da Polícia Militar, Força Tática, Polícia Civil, Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM) e da Patrulha Rural entraram no local e levaram os moradores para o barracão comunitário.
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No local, um homem foi pego pelos agentes e ameaçado. Os agentes queriam saber a localização de um procurado pela justiça e acusaram o homem de estar acobertando o fugitivo. Entre ameaças e ofensas, um dos policiais deu um soco nas costas da vítima.
A nota do MST descreve outro momento da operação, no qual um pai, uma mãe e uma adolescente de 14 anos foram abordados por um policial, que teria solicitado que apenas a adolescente levantasse a blusa.
Um morador teria sido levado de camburão de seu local de trabalho até uma estrada às margens do rio Prata, onde foi interrogado e ameaçado. Os agentes afirmaram que ele estaria com o procurado dias antes. O homem então mostrou uma foto do amigo que o acompanhava nesse dia em questão, e os policiais perceberam que se tratava de um engano.
Mesmo colaborando com informações aos policiais, as famílias tiveram mais de 60 barracos com cadeados rompidos e lonas cortados na operação, até mesmo as residências onde não havia ninguém dentro. Na manhã seguinte, os moradores amanheceram com a rodovia MT 373 fechada, impedindo o fluxo de trabalhadores e estudantes do local.
“Nossa luta é legítima, no acampamento vivem mulheres, homens e crianças trabalhadoras, que acreditam na justiça e portanto pedimos que seja apuradas todas essas irregularidades cometidas pelas polícias nessa operação desastrada e que a SETAC – Secretaria de Assistência do Estado reponha as lonas que foram rasgadas pela ação truculenta dos policiais”, diz o MST em nota.
A Alma Preta Jornalismo tentou contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) do Mato Grosso, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.