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Policiais agridem moradores de assentamento no Mato Grosso, denuncia MST

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denuncia operação truculenta no Acampamento Palestina Livre, na cidade de Juscimeira
Foto de uma viatura da Polícia Militar do Mato Grosso.

Foto: Reprodução / PMMT

10 de julho de 2024

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou uma ação policial truculenta contra o Acampamento Palestina Livre, que compõe o Assentamento Egídio Brunetto, no município de Juscimeira (MT). Segundo a nota, as famílias sofreram tortura física e psicológica em operação deflagrada na madrugada da segunda-feira (8).

A denúncia da Direção Estadual do MST no Mato Grosso conta que agentes da Polícia Militar, Força Tática, Polícia Civil, Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM) e da Patrulha Rural entraram no local e levaram os moradores para o barracão comunitário. 

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No local, um homem foi pego pelos agentes e ameaçado. Os agentes queriam saber a localização de um procurado pela justiça e acusaram o homem de estar acobertando o fugitivo. Entre ameaças e ofensas, um dos policiais deu um soco nas costas da vítima.

A nota do MST descreve outro momento da operação, no qual um pai, uma mãe e uma adolescente de 14 anos foram abordados por um policial, que teria solicitado que apenas a adolescente levantasse a blusa.

Um morador teria sido levado de camburão de seu local de trabalho até uma estrada às margens do rio Prata, onde foi interrogado e ameaçado. Os agentes afirmaram que ele estaria com o procurado dias antes. O homem então mostrou uma foto do amigo que o acompanhava nesse dia em questão, e os policiais perceberam que se tratava de um engano.

Mesmo colaborando com informações aos policiais, as famílias tiveram mais de 60 barracos com cadeados rompidos e lonas cortados na operação, até mesmo as residências onde não havia ninguém dentro. Na manhã seguinte, os moradores amanheceram com a rodovia MT 373 fechada, impedindo o fluxo de trabalhadores e estudantes do local.

“Nossa luta é legítima, no acampamento vivem mulheres, homens e crianças trabalhadoras, que acreditam na justiça e portanto pedimos que seja apuradas todas essas irregularidades cometidas pelas polícias nessa operação desastrada e que a SETAC – Secretaria de Assistência do Estado reponha as lonas que foram rasgadas pela ação truculenta dos policiais”, diz o MST em nota.

A Alma Preta Jornalismo tentou contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) do Mato Grosso, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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