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Projetos criados por Davison Fortunato promovem inclusão social de jovens a partir do skate

Além do impacto cultural e social, o skate tem sido visto cada vez mais como uma forma de cuidar da saúde mental, algo fundamental para os skatistas e para as novas gerações
O skatista Davison Fortunato.

O skatista Davison Fortunato.

— Luca Nitrocomeback

23 de março de 2025

O skate tem sido muito mais do que um simples esporte para aqueles que o abraçam. Para muitos, tem sido uma ferramenta de transformação pessoal, um caminho de superação de medos e inseguranças, além de um motor de mudança social.

“Aprendi a canalizar minha energia para fazer algo positivo e descobri minha voz e desenvolvi uma autoconfiança que ultrapassou as barreiras da insegurança”, compartilha o skatista Davison Fortunato, refletindo sobre o impacto profundo que o skate teve em sua vida.

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Na pista, o esporte não é apenas sobre manobras e competições, mas sobre respeito, autenticidade e o desenvolvimento da confiança em si mesmo. Como ele mesmo diz, “na pista, aprendi respeito e a ser respeitado pelo que você é, como você se expressa e como trata o próximo.”

Esses valores de respeito e autenticidade não se limitam apenas ao contexto pessoal, mas também se espalham para a comunidade. O Skate Jam Suzano, criado por Davison Fortunato, é um exemplo de como o skate tem servido como plataforma para iniciativas sociais. O evento nasceu com o intuito de proporcionar aos jovens locais um espaço seguro para se expressar e crescer.

“O Skate Jam Suzano nasceu do desejo de criar um espaço grande na minha cidade natal, um centro esportivo onde pudéssemos evoluir e criar possibilidades para novas gerações se encontrarem”, afirma Davison. O evento também tem servido como uma oportunidade para mostrar ao poder público que o skate é um esporte organizado e cheio de estilo, resultando na criação do Suzano Skate Park, um local onde a comunidade pode se reunir, aprender e praticar.

A inclusão no skate também se reflete em iniciativas que dão visibilidade e voz às mulheres. O Girls Skate Jam, evento totalmente dedicado às mulheres no skate, foi criado por Davison Fortunato com o objetivo de quebrar barreiras e proporcionar um espaço para que as mulheres mostrem seu talento com dignidade e respeito.

“Quero proporcionar um ambiente de respeito, verdadeiro e inspirador, onde cada mulher possa mostrar seu talento com legitimidade”, diz ele, explicando a importância de um evento dedicado exclusivamente às mulheres em um esporte predominantemente masculino.

O impacto global do skate também não pode ser ignorado. Em suas viagens para campeonatos ao redor do mundo, Davison observa como o esporte serve como uma linguagem universal capaz de conectar pessoas de diferentes culturas, raças e origens.

“Em cada viagem, o skate se revela como uma linguagem universal que conecta pessoas de diferentes culturas, raças e origens. O skate quebra barreiras, promove diálogos interculturais e incentiva a aceitação da diversidade”, afirma.

Além do impacto cultural e social, o skate tem sido visto cada vez mais como uma forma de cuidar da saúde mental, algo fundamental para os skatistas e para as novas gerações. Davison destaca a importância de investir no bem-estar emocional: “O cuidado com a mente é tão importante quanto o aperfeiçoamento técnico. Isso ajuda a nova geração a entender que, para evoluir e transformar o mundo, é necessário primeiro cultivar o bem-estar interior.”

Com relação ao futuro do skate, a visão de Davison é clara: promover inclusão, inovação e respeito à diversidade. “Precisamos de mais espaços que incentivem o talento e que ofereçam suporte a jovens de todas as origens”, observa. Investir em infraestrutura e programas de formação, além de criar parcerias que valorizem a cultura do skate, é essencial para que o esporte continue a crescer tanto no Brasil quanto globalmente.

Quanto a representatividade, ela desempenha um papel fundamental no movimento atual. Davison, enquanto homem negro, vê sua trajetória como um símbolo de resistência e mudança. “Minha identidade como homem preto é a base de tudo que construí e luto. Estamos abrindo caminhos, quebrando estigmas e mostrando que nossa voz tem força para transformar cenários”, afirma com orgulho.

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  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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