A Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP) anunciou a criação do selo “Mulheres Negras Publicam”, voltado exclusivamente ao incentivo da produção literária de mulheres pretas. A iniciativa é uma parceria do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiro “Dra. Nicéia Quintino Amauro” e da Editora Splendet, entidades ligadas à instituição de ensino.
Além do selo, a PUC divulgou um edital para a seleção de seis obras produzidas por mulheres negras, que serão publicadas nos formatos físico e digital. As autoras podem submeter materiais originais e prontos para avaliação editorial, de qualquer gênero literário, desde que não tenham sido publicados em nenhuma outra plataforma.
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Também poderão participar textos derivados de teses e dissertações, desde que sejam adaptados e dialoguem com o público geral. Para estes formatos, é necessário informar, no ato da inscrição, quais mudanças foram realizadas na obra original.
Para a pró-reitora de Inovação da PUC-Campinas, Camila Brasil Gonçalves, é importante que sejam criadas medidas intencionais para impulsionar a diversificação da produção literária brasileira, com ações pensadas especificamente para a comunidade negra.
“É um dever de toda a sociedade adotar medidas que promovam a igualdade racial. Djamila Ribeiro, no Pequeno Manual Antirracista questiona ‘Você está fazendo o que pode para contribuir para a luta antirracista?’. A editora Splendet entendeu essa pergunta institucionalmente. É urgente termos publicações literárias mais diversas e para isso precisamos de medidas intencionais. Existem boas iniciativas desenvolvidas na área, como o Cardernos Negros, em 1978, Mulheres Negras na Biblioteca (para aumentar o acervo), Literafro, Livaria Bantu, Preta Poeta e Margens (UNICAMP). Essa é mais uma que chega para somar esforços. A parceria é mais uma iniciativa que foi pensada para a comunidade negra e com a comunidade negra”, afirma.
As autoras interessadas devem se inscrever até o dia 29 de novembro pelo link. Obras de co-autoria também poderão ser enviadas, desde que as autoras sejam mulheres e negras, cisgênero ou transsexuais.