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Redes da Maré discute em evento os impactos da violência armada no direito à educação

A 5ª edição do Seminário de Educação da Maré abordará estratégias para garantir o direito à educação em meio aos desafios impostos pela violência armada
Imagem de policiais e viaturas na região da Maré. Durante os dias 27 e 28 de agosto, a Redes da Maré realiza um Seminário que discute o impacto da violência armada na educação dos moradores do território.

Foto: Reprodução

25 de agosto de 2024

A Redes da Maré realizará a 5ª edição do Seminário de Educação da Maré nos dias 27 e 28 de agosto, no Centro de Artes da Maré. Com o tema central sobre o impacto da violência armada na vida de estudantes e professores, o seminário busca promover debates e desenvolver estratégias para assegurar o direito à educação no território.

O evento contará com a apresentação de um painel de dados sistematizados desde 2016 e o lançamento da publicação “Análises: o direito à educação na Maré”, que oferece um panorama histórico da educação na região e aborda o impacto subjetivo da violência sobre a população. O seminário é realizado em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Favelas e Espaços Populares (NEPFE) da Universidade Federal Fluminense e conta com o apoio do Fundo Malala.

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Andreia Martins, diretora da Redes da Maré, destacou em nota para a imprensa a urgência da questão: “A violência armada impacta diretamente a garantia do direito à educação na Maré, desde a interrupção das aulas até os traumas causados na comunidade escolar. A forma como o crime organizado é combatido pelas autoridades viola direitos básicos da população, e é dever do Estado endereçar essa problemática sem negligenciar outros direitos fundamentais”.

Dados evidenciam a gravidade da violência armada

Apenas nos sete primeiros meses de 2024, os estudantes da Maré perderam 25 dias de aula devido a operações policiais, o mesmo número registrado durante todo o ano de 2023. Desde 2016, foram 146 dias de aulas suspensas, representando 73% de um ano letivo perdido em seis anos para os alunos da Maré.

Desde segunda-feira (19), crianças e adolescentes do Complexo da Maré estão sendo prejudicados pela operação da Polícia Civil e da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) contra a lavagem de dinheiro do tráfico na região. Durante este período, já foram demolidos 147 apartamentos de imóveis construídos pelo tráfico na comunidade.

Estimativas da Redes da Maré apontam que, até o dia 22 de agosto, pelo menos 26 escolas ficaram sem aulas durante a operação, prejudicando cerca de 9 mil estudantes. Já são 26 dias em que pelo menos uma escola ficou sem aulas em sete meses deste ano, superando os números do ano passado. Segundo o veículo Maré de Notícias, os moradores dizem que não houve aviso e assistência prévia.

O bairro Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é composto por 15 favelas que abrigam cerca de 140 mil pessoas, 49 escolas públicas e 20 mil alunos. O seminário reunirá autoridades, pesquisadores, educadores, jornalistas e membros da comunidade para discutir as implicações da violência no processo educativo e propor soluções para garantir o direito à educação.

Programação do seminário

A programação do Seminário de Educação da Maré inclui debates sobre o papel do poder público na garantia da educação, os efeitos da violência na saúde mental dos alunos e professores, a responsabilidade das mídias na cobertura das violações, e o papel do sistema de Justiça.

Durante o evento será apresentada a Carta para a Educação da Maré, lançada em 2023, com 42 recomendações ao poder público para a ampliação do direito ao estudo na Maré. O documento foi elaborado pelos cerca de 300 participantes da quarta edição do seminário, realizado em junho de 2023, e se mantém como um guia da Educação que queremos, e temos por direito ser garantida na Maré.

Serviço

5º Seminário de Educação da Maré: impactos da violência armada no direito à educação

Quando: 27 e 28 de agosto de 2024
Horário: 9h às 18h
Onde: Centro de Artes da Maré – CAM – Rua Bitencourt Sampaio 181, Nova Holanda

Inscrições gratuitas pelo formulário neste link.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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