PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Relatório aponta aumento da violência contra jornalistas na região amazônica

Segundo o estudo do Instituto Vladimir Herzog, 230 jornalistas e comunicadores foram alvos de violência nos últimos dez anos nesses locais
Vista aérea de do Lago Puraquequara em Manaus, no Amazonas.

Vista aérea de do Lago Puraquequara em Manaus, no Amazonas.

— Michael Dantas / AFP

24 de abril de 2024

Um estudo realizado pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH) constatou que, em dez anos, 230 jornalistas foram alvos de violência na região amazônica do país. O levantamento “Fronteiras da Informação – Relatório sobre jornalismo e violência na Amazônia” analisou os casos de nove estados da região. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (23), em Belém.

As informações do relatório são baseadas em dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e revelam que, dos estados analisados, o Pará é o local mais violento para repórteres na Amazônia, contabilizando 89 dos casos registrados nesse período.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Em seguida, o estado do Amazonas contou com 38 dos casos. Mato Grosso e Rondônia despontam como terceiro e quarto lugar, respectivamente, com 31 e 20 casos em cada estado.

O levantamento traz relatos de casos nos quais a violência está atrelada aos trabalhos investigativos sobre pautas ambientais, mais especificamente sobre crimes ambientais. Também foi constatado que o ano eleitoral representou um pico de violência contra jornalistas. Na Amazônia, as ocorrências de 2022 (45) foram mais que o dobro de 2021 (20).

Outro levantamento, lançado no último ano pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), também explicita os riscos da cobertura jornalística na região amazônica. O estudo apurou que, de 2022 a 2023, foram registrados 66 casos de ataques à imprensa nos nove estados da Amazônia Legal.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog, Giuliano Galli, aponta para o aumento de denúncias na região amazônica após o assassinato do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Perreira, mortos em 2022.

Para ele, o documento esclarece a relação de atividades ilegais extrativistas, como o garimpo, a mineração e ocupação de territórios indígenas, com a falta de políticas públicas de proteção. 

Segundo o coordenador, o caso do assassinato de Dom e Bruno foi a motivação central para produzir um documento que trouxesse embasamento, em dados, para a criação de políticas públicas de proteção aos jornalistas destes locais.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano