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SP: câmeras corporais reduzem em 57% letalidade policial contra pessoas negras

Relatório lançado pelo Ministério da Justiça busca subsidiar políticas estaduais e municipais acerca da utilização das “bodycams” nas forças policiais
Imagem mostra uma policial rodoviária federal com uma câmera corporal acoplada no uniforme.

Imagem mostra uma policial rodoviária federal com uma câmera corporal acoplada no uniforme.

— Antônio Cruz/ Agência Brasil

31 de julho de 2024

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) acaba de lançar o estudo “Câmeras Corporais: Uma Revisão Documental e Bibliográfica”, que busca subsidiar políticas estaduais e municipais sobre o tema.

O relatório examinou dois casos no Brasil nos quais as câmeras são utilizadas pelas corporações, nas polícias de São Paulo e Santa Catarina. No caso da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), o documento apontou que a utilização das câmeras corporais reduziu a letalidade policial contra a população negra em cerca de 57%. 

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Além da diminuição nas ocorrências de violência policial, a pesquisa indicou que a presença das “bodycams” reduziu a força empregada pelos agentes nas ações, em cerca de 25% a 61% dos casos analisados. 

Os dispositivos também foram responsáveis por uma redução considerável nas subnotificações de casos de violência doméstica. Com as câmeras nas fardas, os policiais passaram a reportar esse tipo de crime em 69%, no território catarinense, e em 101% no estado paulista.

“O presente documento conclui que as câmeras, além do efeito geral, médio e difuso, podem promover consequências importantes sobre grupos com particular vulnerabilidade, como em situações de vitimização da mulher”, diz trecho do estudo.

A pesquisa recomenda o desenvolvimento de novos estudos que analisem o efeito dos equipamentos em contextos ainda não explorados, como na polícia rodoviária, penitenciária, judiciária e em departamentos investigativos. O estudo ainda sugere o aprimoramento de políticas públicas e diretrizes específicas para o uso das câmeras corporais, além da capacitação contínua dos profissionais que as utilizarem.

Para a diretora do Sistema Único de Segurança (SUSP) do MJSP, Isabel Figueiredo, o documento desenvolvido é uma importante ferramenta na busca de uma atividade mais adequada das forças policiais.

 “O diagnóstico é um recurso valioso para pesquisadores, gestores públicos e todos os interessados no tema da segurança pública e na promoção de uma atuação policial mais transparente e justa”, declarou Isabel durante o lançamento do relatório.

O estudo foi formulado pelo professor de economia da Universidade Queen Mary, de Londres, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

Texto com informações da Agência Brasil

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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