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STJ decide que homofobia é crime grave e não permite acordos

O grupo considerou que a conduta tem tratamento legal equivalente ao do crime de racismo
Pessoas participam da Parada do Orgulho Gay anual em São Paulo.

Foto: Nelson Almeida / AFP

4 de outubro de 2024

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não é possível fazer um acordo de não persecução penal (ANPP) em casos de homofobia. O grupo considerou que a conduta tem tratamento legal equivalente ao do crime de racismo, classificado como “grave”, e que não permite esse tipo de acordo.

No caso analisado pelo colegiado, o acordo foi oferecido pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) a uma mulher acusada de ter proferido ofensas de cunho homofóbico contra dois homens que se abraçavam em público.

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No entanto, o juízo de primeira instância e o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) negou a homologação do acordo, fundamentando suas decisões na equiparação da homofobia ao crime de racismo.

Conforme informações do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o relator do recurso, ministro Reynaldo Soares da Fonseca, enfatizou que, embora o Ministério Público tenha a faculdade de propor o acordo, não se trata de um direito subjetivo do investigado, podendo a homologação ser negada se os requisitos legais não forem atendidos.

O ministro também citou uma decisão recente do STF, que, em outro julgamento, afirmou que “o alcance do ANPP deve ser compatível com a Constituição” e que, assim como o acordo não é aplicável a crimes de violência doméstica, “não pode abranger a injúria racial nem as condutas racistas previstas na Lei 7.716/1989“, que combate a discriminação racial no Brasil.

Reynaldo Soares da Fonseca recordou ainda que desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que “a homofobia e a transfobia devem ser enquadradas nos crimes de racismo”, até que o legislador crie uma legislação própria sobre o tema.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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