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Técnico de futebol do Amazonas é detido por ofensa racista contra zagueira do Bahia

“O ato de denúncia é a arma que tenho para combater o racista”, afirmou Suelen Santos nas redes sociais
O Bahia enfatizou a solidariedade à Suelen e “cobra uma resposta à altura da gravidade do assunto”.

Foto: Reprodução/Paulo Bindá

10 de julho de 2024

De acordo com informações do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, o treinador do JC Futebol Clube do Amazonas, Hugo Duarte – que comanda o time amazonense feminino – foi detido pela Polícia Civil por suspeita de injúria racial após o empate com o Bahia. Segundo relatos, o suspeito havia chamado a zagueira baiana Suelen Santos de “macaca” ao final da partida nesta segunda-feira (8), ocorrida no estádio de Pituaçu, em Salvador (BA).

Apesar do empate, o placar favoreceu o Bahia, levando o time à primeira divisão do futebol feminino. Ao ver a comemoração da equipe baiana, instalou-se uma confusão entre as jogadoras de ambas equipes, quando Duarte, irritado, proferiu a fala racista contra a zagueira Suelen. 

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Ainda de acordo com o Observatório, a Polícia Militar e outras pessoas presentes precisaram apartar a briga. Após o ocorrido, o suspeito, a vítima e testemunhas foram até a Central de Flagrantes, local em que o caso foi registrado.

O JC Futebol Clube do Amazonas disse, em nota, que o jurídico do clube apura os acontecimentos para tomar as medidas cabíveis e para que não haja “informações infames ou caluniosas que prejudiquem os envolvidos”.

 O time da região Norte do país ainda destacou no informe que repudia qualquer tipo de ato racista. “No mais retificamos que este clube lamenta e é contra qualquer tipo de preconceito”, diz a nota. 

O Bahia, por sua vez, enfatizou a solidariedade à Suelen e “cobra uma resposta à altura da gravidade do assunto”.

Nas redes sociais, a zagueira vítima da ofensa racista afirmou que “a naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista ‘macaca’ tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato de denúncia é a arma que tenho para combater o racista”, escreveu Suelen.

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  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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