Uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou cinco trabalhadores submetidos a condições semelhantes ao trabalho escravo, em uma fazenda de café na cidade de Altinópolis, no sul de Minas Gerais.
De acordo com o MPT, os abrigos eram precários e extremamente pequenos, localizados próximo ao curral da propriedade. Por falta de local apropriado para armazenamento, os alimentos eram guardados diretamente no chão, em meio a lixo e poeira. Também não existia ao menos instalação sanitária, obrigando os trabalhadores a fazerem as necessidades fisiológicas ao ar livre.
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Os alojamentos apresentaram condições inadequadas de asseio, higiene e conforto. Sem receber itens como lençóis ou colchas, as vítimas dormiam em camas improvisadas, construídas a partir de restos de madeira.
O ambiente não possuia água em condições apropriadas para consumo, sem passar por qualquer processo de filtragem ou purificação. A água era captada por canos enterrados no chão e transportada por mangueiras até uma caixa de armazenamento, que estava deteriorada e com lodo.
Em relação ao trabalho, o empregador não fornecia os devidos equipamentos de proteção individual (EPIs) e não implementou as ações de segurança e saúde necessárias para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
Ao final da operação, o proprietário da fazenda foi notificado a paralisar imediatamente as atividades, além do pagamento da rescisão contratual e o pagamento de R$ 43 mil em verbas rescisórias. Os trabalhadores, oriundos da Bahia, receberam passagens para poder retornar para suas casas.
A ação do MPT contou com a participação do Ministério do Trabalho e Emprego (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União e das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF).