No dia 5 de março, a Uneafro Brasil completou 15 anos de resistência e luta pela educação. Em comemoração a este marco, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) vai sediar, neste sábado (13), o tradicional “Aulão inaugural” para dar as boas-vindas aos estudantes do estado de São Paulo.
Constituída por grupos de educação popular, a Uneafro nasceu como uma união de grupos de base como princípio. Desde 2009, a organização reivindica a tradição de ser um movimento popular de base, que se organiza nos territórios aonde o povo negro vive.
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Desse modo, explica o co-fundador da Uneafro e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior, a rede promove uma educação libertária, que conquistou autonomia suficiente para, a partir de uma organização política “não precisar mais de intermediários para dialogar com as instituições e os poderes constituídos. Nós fazemos o nosso próprio nome. Isso é o princípio da Uneafro”, afirma à Alma Preta Jornalismo.
Para fortalecer os fundamentos deste movimento negro de base popular, o ativista conta que a organização possui uma regra clara: só é possível inaugurar um núcleo se os próprios moradores do bairro manifestarem interesse em organizá-lo.
“A Uneafro não se instala nos lugares, ela brota nos territórios. Isso é um princípio de um movimento negro de base, popular, contra-hegemônico, anticapitalista, são princípios da nossa organização. São princípios do movimento negro combativo e organizado que nos enchem de orgulho e nos faz celebrar esses 15 anos como um momento de vitória e superação”, compartilha.
Belchior ressalta a importância de a Uneafro Brasil ser uma organização que continua uma trajetória histórica de luta do movimento negro pelo direito a “uma educação que liberte, que democratize poder, renda, oportunidades e que livre o Brasil do racismo“, pontua.
“É um marco histórico não só na nossa trajetória existencial como pessoas, como movimentos e como núcleos, mas também como uma continuidade da própria história da resistência do povo negro no Brasil. É isso que nós vamos celebrar”, conclui o co-fundador da Uneafro Brasil.