O militante e fotógrafo Januário Garcia morreu vítima da Covid-19 na quarta-feira (30). Negro e mineiro, ele tinha 77 anos e em mais de 50 manteve um importante trabalho de documentação da realidade da população negra.
Ativista do movimento negro, é de autoria de Januário os premiados livros “25 anos do Movimento Negro” e “Diásporas Áfricanas na América do Sul”. As fotos do profissional também estamparam capas de álbuns de grandes artistas negros e não negros. Entre eles, Tim Maia (O Descobridor dos Sete Mares” e “Tim Maia Disc Club”), Leci Brandão (“Atitude”, “Dignidade” e “Coisas do Meu Pessoal”), Chico Buarque (“Chico Buarque” e “Perfil”), Fafá de Belém (“Água” e “Crença”), Tom Jobim (“Urubu”, “Tom e Edu”, e “Tom Jobim e Convidados”) e Raul Seixas (“Há Dez Mil Anos Atrás” e “Mata Virgem”).
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Ao longo de sua trajetória, Januário Garcia também realizou exposições internacionais, em países como Nigéria, Senegal, México, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos. Nas redes sociais, amigos e personalidades lamentaram sua morte.
“Com muita tristeza, recebemos a notícia da morte desse grande amigo, Januário Garcia, por COVID-19. Januário foi muito importante na minha vida, além de fazer 4 capas de LPs, também propunha os títulos dos discos e dava opiniões sobre o repertório.”, escreveu a sambista e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP), no Twitter.
“Muita tristeza! Acabamos de perder para a Covid-19 uma referência na luta antirracista, uma inspiração para minha geração. Januário Garcia, o Janu, fotografou nossa história por décadas. Obrigada por tudo!”, lembrou a jornalista Luciana Barreto, âncora da CNN Brasil.
“Simplesmente devastado com a notícia do falecimento do Januário Garcia, um dos maiores da sua geração de fotógrafos, pai do meu grande amigo Uirá. Que ele seja saudado no seu retorno para o orum, que Yemanjá conforte seus descendentes.”, pontuou o também fotógrafo Orlando Calheiros.
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