PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Pesquisar
Close this search box.

Nações de Maracatu cobram políticas públicas à gestão municipal

Ato organizado pela Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco nesta terça-feira (5) reuniu representantes dos principais grupos por pedido de melhorias estruturais e econômicas com o movimento 

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagens: Victor Lacerda/Alma Preta Jornalismo

22 nações de maracatu vão às ruas em protesto contra postura da Prefeitura do Recife

5 de outubro de 2021

Representantes e integrantes de nações de Maracatu realizaram um ato na manhã desta terça-feira (5), no centro da capital do Recife. Partindo da Praça de Tiradentes, pelo menos de 22 nações estiveram presentes no Cais do Apolo e caminharam até a Prefeitura do Recife para cobrar por melhorias estruturais e econômicas para o setor cultural. Uma das principais reinvidicações é a abertura de diálogo com a gestão municipal sobre a possível realização do Carnaval em 2022. 

A ação foi organizada pela Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (AMANPE) e contou com a participação de cerca de 27 comunidades beneficiadas pelas aulas e atividades culturais proporcionadas pelos grupos do ritmo. Um levantamento feito pela própria associação aponta que, por periferia, 200 pessoas, em média, são assistidas pelas nações. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Os protestantes afirmaram que não há uma troca sobre as necessidades de cada Nação, incluindo na pasta a falta de um Plano de Salvaguarda – um mecanismo de apoio e fomento às atividades culturais as quais são atribuídos sentidos e valores que constituem referências de identidade para os grupos sociais envolvidos -, melhorias nos pagamentos anuais para distribuição coerente entre os participantes das comunidades. A falta de um centro de referência ao movimento e, principalmente, a falta de diretrizes a respeito  do possível carnaval 2022 também estiveram entre as principais pautas levantadas. 

“Ao que parece, para eles [membros de Prefeitura do Recife], o Maracatu de preto, pobre e periférico não existe. Além da importância cultural, com quase dez anos considerado Patrimônio Imaterial, nós atendemos mais de duzentas pessoas por comunidade e isso não é valorizado. Desde de junho deste ano que a gente protocola uma série de documentos e não obtemos respostas”, disparou o presidente da  Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco, Fábio Sotero, em conversa com a Alma Preta Jornalismo

Faixas com frases como “Respeitem as nações de macaratu”, “Valorizem a tradição” e “As Nações de Maracatu resistem” foram levantadas durante todo o percurso. Membros de nações como Cambinda Estrela, Encanto do Pina, Raízes de Pai Adão, Baque Virado de Luanda, Sol Brilhante, Aurora Africana, Porto Rico e Estrela de Olinda estiveram presentes acompanhados de tambores e alfaias. 

Leia também: Artistas negros (as) de PE integram exposição do Museu da Língua Portuguesa

Para Mestra Joana Cavalcante, a primeira e única mestra de uma nação de Maracatu de baque virado da história, regente da Encanto do Pina, a falta de atenção da gestão municipal para com as agremiações é frustrante diante de anos de resistência do movimento musical negro de Pernambuco. “Me dá vontade de chorar ter que estar aqui, em protesto, para garantir o mínimo. Nós só queremos ter uma reunião com a prefeitura e sermos ouvidos”, desabafou. 

oie GZyfQfQm31Ri

Na Prefeitrura, os manifestntes foram recebidos com bloqueio de grades de proteção e um efetivo de seguranças. A assessoria do atual secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, foi até o encontro do grupo para tentativa de diálogo. Representantes das nações não concordaram com a quantidade de  nomes definidos para a formção de uma comitiva, que era de cinco pessoas, e conseguiram aumentar o número para sete. 

A reunião, que contou com a participação de membros do Governo de Pernambuco, teve fim no início da tarde. O presidente da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco informou que, em diálogo mais aberto com as gestões, ficou acordado uma escuta das reivindicações apresentadas com a promessa de encaminhamentos para semana que vem. 

“Nós vamos reenviar os ofícios que já haviam sido enviados e aguardar essa posição sobre o que nós estamos cobrando. Caso não cumpram com o acordado, nós voltaremos novamente para a rua”, finalizou Sotero. 

Leia também: 103 anos de história do Maracatu Cambinda Brasileira

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano