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Artistas negros (as) de PE integram exposição do Museu da Língua Portuguesa

Nomes como Lia de Itamaracá, Miró da Muribeca e Luna Vitrolira participam da exposição “Falares”, que apresenta a diversidade da língua falada em diferentes regiões do Brasil

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagens: Divulgação/Museu da Língua Portuguesa 

Artistas populares pernambucanos integram exposição no Museu da Língua Portuguesa

21 de setembro de 2021

Desde a sua reabertura oficial, realizada no início deste semestre, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, une a linguagem à arte e se preocupa com a representatividade sociocultural em suas exposições. Reratando a riqueza linguística do Brasil, o equipamento abriu um tópico em seu reinaugurado arcevo sobre a produção de artistas populares de Pernambuco, representados na instalação em vídeo, “Falares”, que visa apresentar a diversidade da oralidade nas diferentes regiões do país. 

Aberto ao público e como visitação presencial, a mostra guia os visitantes a atravessarem uma espécie de  “bosque” constituído por telas que mostram a diversidade dos falares regionais e sociais do Brasil. De acordo com a diretora técnica Marília Bonas, o objetivo é combater o preconceito linguístico e celebrar a diversidade. Ao todo, 190 pessoas foram gravadas compartilhando de uma mesma língua, a portugues, mas com especificidades vindas de suas próprias bagagens identitárias. 

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“A exposição tenta trazer esse mapeamento de representações das diversas formas de saberes ancestrais pautados na oralidade e essa multiplicidade de vozes culturais do Brasil. Nós estamos representando essa identidade vinda de Pernambuco. A diversidade de nossas vozes juntas contam a história que sempre tentaram apagar desse país”, dispara uma das artistas presentes na obra, a poetisa, cantora e compositora pernambucana Luna Vitrolira, em conversa com a Alma Preta Jornalismo

Para a artista, a oralidade, expressa como figura central da instalação, representa uma tecnologia ancestral de criação, transmissão e manutenção dos saberes e memórias. “É através dela que nossa vivência cotidiana se transforma em arte. Uma arte potente, com poder transformador e criador de realidades, embora ainda seja subalternizada”, aponta. 

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“Somos nós contando a nossa própria história nesse campo de disputa de narrativa, ocupando o espaço que também nos pertencem, afinal os museus são instrumentos de reconhecimento, visibilidade e exposição da memória cultural de um povo; um lugar de conexão entre a ciência a cultura e a sociedade, com o papel de informar, educar, valorizar e legitimar nossa arte, nossos falares, nossa poética das vozes”, complementa. 

Além de Luna, participam da “Falares” nomes como Lia de Itamaracá, Miró da Muribeca (poeta), Hugo Martins (locutor de rádio), Chico Pedrosa (poeta), Mestre Nado (ceramista), Lucicleide (do Maracatu Coração Nazareno), Mestra Cristiane (Mestra do Coração Nazareno), Rayanne (“Dama do passo” do Maracatu Coração Nazareno), Tina (Mestra Cabocla) e Mestre João Paulo. 

Destaque para a curadoria feita por Marcelino Freire – escritor e ganhador do Prêmio Jabuti em 2006 pelo livro “Contos Negreiros” -, também natural de Pernambuco, do município de Sertânia, a cerca de 313km da capital. 

Para conferir a exposição “Falares” e demais obras presentes, o horário de funcionamento é de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas. O museu está localizado na Praça da Luz, s/nº, Portão 1, Bom Retiro, em São Paulo. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) e são vendidos através do site sympla.com.br. Grátis aos sábados. 

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