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Capacitação pelo WhatsApp muda realidade de microempreendedoras negras em São Paulo

Inscrições para segunda turma do 'Tamo Junta' da Aliança Empreendedora estão abertas; programa facilita acesso de mulheres negras a capacitações sobre gestão e marketing digital

Texto: Jean Albuquerque | Imagem: Arquivo pessoal

 
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25 de julho de 2023

Cozinheira e formada em processos fotográficos, Amanda Cena tem 23 anos e começou a investir na área da gastronomia em 2022, quando criou a microempresa MORADA, especializada na produção de cookies e localizada em Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo. Ela, que participou da primeira turma de capacitação gratuita pelo WhatsApp, conta que o ‘Tamo Junta’, programa de capacitação de microempreendedoras negras, ajudou a impulsionar e saber como lidar com o seu negócio.

“Eu achei o programa ‘Tamo Junta’ incrível, principalmente por ser por WhatsApp. Foi o primeiro curso que fiz com essa metodologia e eu achei que funcionou super bem e, principalmente, por ter mensagens todos os dias assim incentivando a gente”, relata a microempreendedora.

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Amanda abriu mão de emprego em regime CLT para focar em se profissionalizar como cozinheira. “Eu acho que a parte que mais me movimentou foi a dos encontros, de perceber que as minhas dores são dores de outras empreendedoras negras, que estão passando pelas mesmas coisas que a gente às vezes acha que está sozinha”, relembra.

Ela diz que sempre foi muito autodidata e já chegou a estudar muito sobre gestão financeira e marketing. “O que mudou de fato foi o incentivo porque me incentivou a aplicar esses conhecimentos”, disse. “Eu consegui colocar esses conteúdos em prática, sobre como fazer um melhor controle financeiro, um melhor marketing para o meu negócio, a gente vai se movimentando e isso chama mais clientes”, acrescenta.

Capacitações que mudam a realidade 

A trancista Regina Cláudia tem 56 anos e é moradora da periferia da Zona Leste de São Paulo, e idealizadora da Clô Tranças Nagô. Ela também participou da primeira turma do programa. “As capacitações sempre me deram um norte de como apresentar o meu trabalho com excelência e me fizeram aumentar a minha cartela do cliente”, afirma.

O afro negócio de Regina tem foco na importância do autocuidado para os diversos tipos de cabelos e, principalmente, trazer o embelezamento e a valorização da ancestralidade. “Falando das capacitações junto a Aliança Empreendedora, e como empreendedora e mulher preta, hoje eu faço a diferença levando o meu trabalho, fazendo o embelezamento, trabalhando com a autoestima”, disse.

Ao recordar o processo de formação e participação no programa ‘Tamo Junta’, Regina ressalta que as formações são necessárias para quem almeja o crescimento do seu negócio. “Eu com certeza eu indico para que as mulheres negras possam a cada vez mais procurar a capacitação, qualificação e excelência dos seus negócios”.

‘Tamo Junta’ tem inscrições abertas em julho 

O programa ‘Tamo Junta’, desenvolvido pela Aliança Empreendedora, abriu as inscrições para uma segunda turma no mês de julho. O objetivo é o de dar apoio a 5.000 microempreendedoras negras na região da Grande São Paulo em 2023 com suporte fornecido por meio de turmas online e presenciais sobre temas como gestão e marketing digital.

Neste ano, entre os dias 17 e 28 de julho, às participantes contarão com acesso a conteúdo diversificado, que será disponibilizado por meio de mensagens, áudios, enquetes e cards, além do acompanhamento de uma facilitadora especializada. As inscritas também farão parte de um grupo de com até 70 participantes no qual terão acesso aos conteúdos e também poderão participar de encontros ao vivo pela plataforma Zoom.

As formações buscam impactar positivamente as mulheres negras e seus negócios, reconhecendo que empreendedoras que se capacitam tendem a obter um aumento de aproximadamente 30% em suas receitas em comparação com aquelas que não buscam aprimoramento para suas atividades de renda adicional.

Saiba como se inscrever 

As mulheres negras interessadas em participar do programa podem se inscrever e garantir uma vaga por meio deste link. Além disso, acessando o site www.tamojunta.com.br é possível explorar outras ofertas do programa e verificar se há alguma que possa se encaixar na sua rotina.

O processo de formação seguirá a seguinte dinâmica: a facilitadora enviará diariamente o conteúdo no grupo do WhatsApp, haverá um horário pré-definido para a abertura do grupo, permitindo a troca de mensagens e o envio de desafios propostos. No final do dia, o grupo será fechado para a troca de mensagens.

Leia também: Referência negra, Lélia Gonzalez não é reconhecida como deveria no Brasil?

  • Jean Albuquerque

    Formado em Jornalismo e licenciado em Letras-Português, morador da periferia de Maceió (AL) e pós-graduado em jornalismo investigativo pelo IDP. Com experiência em revisão, edição, reportagem, primeira infância e jornalismo independente. Tem trabalhos publicados no UOL (TAB, VivaBem, ECOA e UOL Notícias), Agência Pública, Ponte Jornalismo, Estadão e Yahoo.

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