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Documentário sobre o movimento Black Rio estreia em setembro nos cinemas

O filme revela o impacto dos bailes soul e do movimento Black Rio na música, na cultura e na luta por justiça racial no Brasil dos anos 1970
Foto do Movimento Black Power produzida em 14 de julho de 1976.

Foto: Almir Veiga/Jornal do Brasil

19 de agosto de 2024

O Black Rio foi um importante movimento cultural e político no Brasil durante a década de 1970. Originado no Rio de Janeiro, o movimento foi uma resposta à opressão racial e social que a população negra enfrentava na época.

Asfilófio de Oliveira Filho (Dom Filó), engenheiro civil, jornalista, documentarista, produtor cultural, além de líder do movimento, é protagonista do premiado documentário “Black Rio! Black Power!”, dirigido por Emílio Domingos  (“Chic Show” e “Batalha do Passinho”) e produzido por Leticia Monte, que estreia no dia 5 de setembro nos cinemas. 

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O diretor faz uma imersão no tema e mostra a origem dos bailes, coletando depoimentos no Grêmio Social Esportivo Rocha Miranda – clube da Zona Norte carioca também conhecido como “Templo Soul”.

Personagens como o citado Dom Filó e também o escritor Carlos Alberto Medeiros, os músicos Carlos Dafé e Marquinhos de Oswaldo Cruz, e Rômulo Costa e Virgilane Dutra (da equipe Furacão 2000), rememoram como o movimento foi difundido através de uso de cabelos black power, roupas descoladas, sapatos cavalos de aço de plataformas vistosas se orgulhavam de sua cor e enfrentavam o Brasil racista. 

O documentário também é ilustrado com imagens de arquivo dos bailes da icônica equipe de som Soul Grand Prix, formada por jovens negros dos subúrbios do Rio de Janeiro. Através da influência da música soul de James Brown e outros, os bailes black despertaram a consciência sobre identidade e potencializaram a autoestima da juventude negra.

“O filme mostra uma juventude negra pioneira que se organizou e influenciou a cultura afro-brasileira, em meio a um período de grande ebulição política e sociocultural. Hoje percebemos esta presença tanto na conscientização do hip hop, no movimento negro politicamente organizado e também nas tecnologias dos bailes como conhecemos até hoje”, comenta Emílio. 

O documentário “Black Rio! Black Power!” já participou de 24 festivais nacionais e internacionais e conquistou oito prêmios. Além do Brasil, entre os países que o filme foi exibido estão: Austrália, Colômbia, Estados Unidos, Madagascar, Reino Unido, Uruguai e Quênia.

Iniciou sua trajetória no Festival do Rio 2023, onde recebeu Menção Honrosa do Júri Oficial, e esteve em importantes festivais como 63º Cartagena de Índias International Film Festival – FICCI, 26º Festival Internacional de Cine de Punta del Este, San Francisco Documentary Festival 2024 e Inffinito Brazilian Film Festival.

O filme também foi homenageado pelo júri na Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (Salvador) e conquistou o segundo lugar no prêmio Pierre Verger da Associação Brasileira de Antropologia.

“Black Rio! Black Power!” é uma produção da Espiral, em coprodução com a Osmose Filmes e a RioFilme e tem como produtores associados Dom Filó, Emílio Domingos e a Cultne.

Confira o trailer:

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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