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Ellen Oléria narra manifesto sobre 100 anos da Semana de Arte Moderna

Gravado no Theatro Municipal de São Paulo, o vídeo retrata uma performance protagonizada pelos artistas Hebert Gonçalves e Moara Sacchi

Texto: Redação | Imagem: Lady Bird/Secretaria Municipal de Cultura

Imagem do vídeo-manifesto de arte gravado no Theatro Municipal de São Paulo

Imagem do vídeo-manifesto de arte gravado no Theatro Municipal de São Paulo

30 de julho de 2021

O vídeo-manifesto de lançamento do projeto Modernismo 22+100, o Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 organizado pela Prefeitura de São Paulo, reforça a valorização da cultura periférica no eixo central das reflexões e celebrações. Gravado no Theatro Municipal, o vídeo produzido por Lady Bird retrata uma performance protagonizada pelos artistas Hebert Gonçalves e Moara Sacchi. Além dos protagonistas negros, o vídeo é narrado pela premiada cantora Ellen Oléria.

“Dizer que sou negra é dizer que faço parte de uma linhagem que sobreviveu e sobrevive a um dos maiores genocídios da história da humanidade. Ser mulher e negra é o que sou e saber que chego aqui ao lado de tantas outras que partilham esses pertencimentos e identidades me impulsiona.Veremos juntas o mundo se refazer de sua história sangrenta e expandir em abundância, atuamos em diversas frentes para fazer isso acontecer. O futuro é agora!”, comenta a cantora Ellen Oléria sobre um dos motes do vídeo que exalta “a periferia no centro e o centro na periferia”.

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Inspirado nas obras “O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée” e “O Sacudimento da Casa da Torre” de 2015 de Ayrson Heráclito, a produção tem o intuito de representar a renovação dos conceitos modernistas para esta celebração. O diretor de cena, Henrique Sauer, conta que a inspiração nas obras de Héraclito resultou da busca pela ideia de purificação e renovação do espaço do Theatro Municipal para seguir seu rumo na História e inspirar um novo futuro.

O texto do vídeo consiste no Manifesto Modernismo 22+100, que explica os conceitos envolvidos no contexto do Centenário. “O 22 de agora abraça o Brasil inteiro”, diz um trecho, apontando para valores com menos preconceito e ignorância, e “muito mais diversidade”.

A produção também anuncia outras iniciativas do projeto, como os Centros de Referência do Novo Modernismo, os Bailes Futuristas, o Banquete Antropofágico, a Marcha das Utopias e os Cortejos Modernistas. O texto da locução é de autoria de Hugo Possolo, diretor geral da Fundação Theatro Municipal, com participação do secretário de Cultura da cidade de São Paulo, Alê Youssef.

“O Manifesto 22 + 100 é uma obra potente e extremamente relevante”, afirma um dos diretores do vídeo, Helder Fruteira. “O DNA da concepção do projeto foi plural, acreditamos nisso enquanto produtora. Nosso filme narra sobre a purificação de espaços, ideias e conceitos. A performance dos nossos atores e bailarinos se movimenta junto com a ideia de explorar o novo”.

Produzida pelo produtor musical e baixista da banda OQuadro, Ricô Santana, a trilha traz elementos sonoros marcantes relacionados à tecnologia ancestral e com a força inventiva do funk. “São sons que se misturam a timbres, e que comunicam com nosso imaginário”, complementa o diretor.

A direção artística para a performance dos artistas foi concebida para representar a ocupação de espaços pela arte, sua força de movimento, ainda que num contexto pandêmico, como Helder complementa: “Desde o início, tínhamos em mente um filme rico em movimentos e a escolha do elenco, Hebert Gonçalves e Moara Sacchi, veio da ideia de termos performance, atuação, identidade, conexão natural e intuitiva com a proposta criativa do roteiro. Ali manifestamos a nossa mais honesta crença no poder da arte, principalmente em tempos difíceis.”

Assista ao vídeo-manifesto:

Modernismo 22+100

O Modernismo 22+100 é o projeto da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, para as reflexões e celebrações do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Entre as diversas iniciativas do projeto estão o Ciclo Modernismo 22+100, um projeto de curadoria aberta com 100 personalidades da Cultura discutindo e propondo reflexões sobre o Centenário, a Comissão de Instituições Culturais, que vai elaborar um calendário público-privado sobre a data e uma programação cultural especial.

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