O projeto Retomada Teatros Negros recebe inscrições para as atividades de junho e julho até domingo (1). A iniciativa trata-se de um conjunto de ações formativas para artistas negros do Rio de Janeiro, que tem como inspiração os estudos de Leda Maria Martins, após o momento de crise que o cenário artístico passou, principalmente depois da pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2021.
As qualificações tem como objetivo geral formar artistas em diálogo com as múltiplas tecnologias do teatro negro, oferecendo uma formação atravessada por práticas corporais, vocais, teóricas e de gestão artística e financeira baseadas nas epistemologias afro-diaspóricas.
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Ao todo, serão 92 horas de formação, com aulas às terças, quartas e quintas-feiras, das 9h às 13h15, contando com palestras e mesas de conversas. Dentro da grade curricular da ação formativa o artista vai encontrar disciplinas como Teatralidades, Treinamento do Ator – fisicalidade, voz, canto -, História dos Teatros Negros e Teatros Negros Contemporaneos, Gestão de Carreira, Gestão de Projetos e Direção de Arte.
O projeto é uma parceria com a Firjan SESI e também promove um encontro necessário entre gerações e une pensadoras e mestres como Leda Maria Martins, Carmen Luz e Aza Njeri a artistas de grande relevância na cena atual, como Sol Miranda, Drayson Menezes e Reinaldo Junior, estabelecendo uma encruzilhada fértil de trocas, entre o passado, o presente e o que ainda será construído.
Para realizar as aulas, o projeto contará com um corpo docente renomado nacional e internacionalmente, formado por Aza Njeri, Carmen Luz, Eliane Dias, Fábio Batista, Gaby Chaves, Gustavo Melo, Hilton Cobra, Leda Maria Martins, Rafa Correya, Rubens Oliveira (Gumboot Dance Brasil), Sidney Santiago Kuanza e Valéria Monã.
Para Julia Costa, co-realizadora do projeto, a ideia nasce de um reencontro, reunindo artistas que marcaram a cena dos teatros negros nos últimos anos para pensar, juntos, com os que estão vindo agora.
“É como um encontro de família no quintal, onde se compartilha experiência, escuta, memória e afeto. E é muito significativo que uma instituição como o Sesi esteja fomentando essa formação — porque é também sobre reconhecer, fortalecer e dar continuidade a essas trajetórias que movem a cultura brasileira”, afirma.
Segundo a organização, Retomada é um espaço que oferece instrumentos práticos para os artistas aprenderem a escrever, inscrever e defender seus projetos; gerenciar suas carreiras com autonomia; posicionar-se no mercado com precisão, estratégia e dignidade; e, principalmente, reconectar artistas e pensamentos negros em uma rede sólida e afetiva de trabalho.
“Cada encontro gera uma dinâmica única, onde memórias, práticas e experimentações se entrelaçam para criar conhecimento vivo, situado e comprometido com outras formas de existência e criação. Essa proposta reconhece os provocadores não como especialistas distantes, mas como presenças essenciais para a construção de um projeto verdadeiramente coletivo, transformador e enraizado na potência do teatro negro”, diz Hilton Cobra, supervisor do Retomada.
Desta forma, o projeto Retomada Teatros Negros visa formar artistas comprometidos com as estéticas negras e suas tecnologias, com ampliação do repertório criativo e técnico de jovens artistas, fortalecimento da cena negra contemporânea, criação de uma rede de trocas e continuidade entre gerações de artistas negros.
“Essa é uma formação que não termina na sala de aula, mas que se estende para o mercado e para a cena artística, com ferramentas para pensar, criar e agir de maneira sustentável e crítica”, finaliza a atriz e diretora Sol Miranda.
Serviço
Inscrições gratuitas: até 1 de junho pelo formulário on-line
Divulgação dos selecionados: até 4 de junho
Aulas: de 10 de junho a 31 de julho de 2025 | Terças, quartas e quintas-feiras, de 9h às 13h15