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Terreiro no Recôncavo Baiano é reconhecido como Patrimônio Cultural

Com quase um século de existência, casa representa o candomblé rural, segundo o Iphan
Na foto, candomblecistas se reúnem no terreiro Ilê Axé Icimimó Aganjú Didê.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

1 de março de 2024

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou a inclusão do terreiro Ilê Axé Icimimó Aganjú Didê, localizado em Cachoeira (BA), no Livro do Tombo Histórico, Etnográfico e Paisagístico, como Patrimônio Cultural Brasileiro. 

O reconhecimento foi estabelecido devido ao valor histórico, cultural e ambiental da casa que existe há quase 100 anos.  Durante a maior parte desse período, o espaço era conhecido como o “terreiro de mãe Judith”, em uma referência à mãe de santo que o fundou e esteve sob liderança de várias gerações de líderes religiosos. 

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Atualmente sob os cuidados de Pai Duda de Candola, o terreiro faz parte de uma rede importante de casas de candomblé na região, e tem grande significado para a memória dos povos iorubá que chegaram ao Recôncavo Baiano.  

Segundo o laudo antropológico que fundamentou o processo de tombamento, um dos aspectos que fazem do terreiro um importante patrimônio cultural são as características do chamado “candomblé rural”, definido no documento como uma comunidade que “organiza sua prática religiosa em torno de dois eixos basilares: a terra e a casa”. 

A paisagem natural, as áreas de plantio agrícola e criações dos animais, as fontes e nascentes, além dos fitoterápicos e do horto sagrado, juntamente com as edificações do local, formam um complexo envolto de significados sagrados para os praticantes da religião de matriz africana.  

Conforme informações do Iphan, as quatro fontes de água nomeadas de Olunda, Iemanjá, Oxum, Oyá/Oxumare pelos candomblecistas são outro elemento que mostra a relação das pessoas com o território e o significado sagrado que o credo confere a cada elemento do espaço de 22 hectares em que está instalado no espaço.  

O superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz, destacou que o tombamento do terreiro é uma vitória contra o preconceito, o elitismo, o racismo e o etnocentrismo. “É a conquista dos povos de terreiro sobre os valores de suas identidades e memórias, bem como de seu território sagrado”.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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