– Bem?
– Oi mozão.
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– Cê me ama?
– Já perguntou três vezes hoje. Amo muito.
– Eu também preto. Te amo muito.
– Bem!
– Oi amô.
– Te amo muito preto.
– Tô ligado, gatona. Fala o que quer falar vai?
– Cê tem vontade de sair com outras?
– Eu? Lógico que não. De novo isso?
– Hum.
– Dois.
– Cê me ama?
– Porra mulé, te amo pra porra.
– Então não mente. Tem vontade de outras minas ou não?
– Lógico que não.
-Tá bom, cê me ama, por que mente?
– Mentindo não preta. Só quero tu, só tu memo.
– Tá, mas sempre que a gente ver aqueles filminhos, você fica doido doido, já viu como entra em mim, com mais desejo?
– Pra mim é a mema fita.
– Tá bom então.
– Bom sim, demais.
– Deixa eu abrir meu zoio amô.
– Não. Só fantasia ae.
– Preta maluca.
– Aquela que você viu no filme, aqui com você.
– Tô leve amô, acabamos de namorar. Só você negona.
– Fica quieto puto. Você beijando a boca bonita dela, Cherokee o nome dela, né?
-Sim amor, Cherokee e tem a Pinky também.
-Só a Cherokee, ceis dois aqui, ouvindo um som, já trocando uma carícia da hora.
– Um afeto bacana?
– Isso, mas putaria mesmo.
– Será amor?
– Olha como tá duro de novo? Se me ama por que mente? Porra.
– Tá bom preta e você me ama?
– Pra caralho.
– Tem vontade da sair com outros manos?
– Não.
– Tô ligado, perguntei por perguntar.
– Mas tenho vontade de… Por que tá me olhando assim?
– Do que?
– De sair com você e outro cara.
– Puta que pariu, tipo menage, essas fita?
– Isso amor, adoro imaginar.
– Preto, você ainda me ama?
– Hum.
– Você conseguiu mostrar um pouco do que é. eu fui me abrir pra você entrar mais em mim, e aí, nem sabe se me ama.
– Amo. Esse papo trouxe labirintos. Tô aqui refletindo.
– Vamos mentir pra nós quanto tempo? Já tamo namorando um bom tempo.
– Mas pensar você e outro cara é treta.
– Tá bom, deixa que eu sonho.
– Cê e outro mano?
– E você também.
– Sem quadrado sem o tal?
– Triângulo assim tá bom
– Só sorriso sem bau, bau
– O fluxo assim é bom, vamô preto, olha como tô?
– Toda melada, gostou da ideia?
– Gostei dos teus olhos cada dia mais nus, brincando comigo.
– Mô sei que você ama e agora?
– Preto bora dançar, espraiar esse mar lado a lado, como vem sendo.
– Estamos plantando cumplicidade cada vez mais, né?
– Não fala assim me pegando não…
– Bandida olha nós envolvido mais um ano.
– Gostoso, entra tudo…
– Quer outro aqui né?
– Não fala…..
– Então sonha.
– Te amo muito.
– Gostoso te namorar. Te amo também.
– Feliz dia pra nois preto.
Akins Kintê é um poeta, músico e escritor paulistano conhecido por seus versos marcados pela negritude. Em 2020, lançou seu terceiro livro “Muzimba, na Humildade sem Maldade” e também colocou nas ruas o EP “Abrakadabra”.