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Biografia sobre Pixinguinha desvenda apagamentos da história do músico negro

A obra traz curiosidades e histórias pouco conhecidas do compositor de mais de 300 canções
Imagem na cor sépia mostra o músico Pixinguinha de perfil. A foto está centralizada em seu rosto de perfil e uma parte de sua camisa e gravata.

Foto: Divulgação

3 de outubro de 2023

Produzida pelo pesquisador e produtor musical José Silas Xavier, a biografia “Proezas de Pixinguinha” percorre a vida e as várias memórias da trajetória do compositor, arranjador, maestro e instrumentista brasileiro.

A obra também traz curiosidades e descobertas sobre o artista e outros nomes da música ligados a ele, como Jacob do Bandolim, Donga e Chiquinha Gonzaga, a fim de humanizar e valorizar figuras fundamentais na história da música popular brasileira, muitas delas esquecidas pelo grande público.

Inicialmente, a pesquisa foi realizada, para o site de Pixinguinha, junto ao Instituto Moreira Salles (IMS), responsável pelo acervo do artista em parceria com o músico e pesquisador Pedro Aragão.

O autor conta que apesar da popularidade internacional Pixinguinha coleciona histórias curiosas e pouco conhecidas. Uma delas envolve a indefinição quanto a sua verdadeira data de nascimento, que não teria sido em 1898 e sim um ano antes, 1897, como mostra o livro.

“Quem foi esse homem, que importância teve esse artista na cultura brasileira para receber essa unanimidade de elogios, ele que, alguns anos antes, quase caíra no esquecimento?”, questiona Xavier.

O número de 300 composições registradas com o nome de Pixinguinha também não é preciso. “Diversas músicas do acervo trazem informações contraditórias, já que nem sempre os copistas escreviam corretamente o nome dos autores. Com isso, às vezes, fica difícil atribuir a autoria a Pixinguinha, especialmente quando a cópia, mesmo sendo um manuscrito de Pixinguinha, está sem nome”, diz Xavier em um trecho do livro.

Versatilidade marcante

Instrumentista e compositor, Pixinguinha se envolveu com os mais diversos gêneros musicais, tendo se destacado no choro com composições como “Carinhoso”, “Naquele Tempo”, “Um a Zero” e “Sofres Porque Queres”, passando também pela polca, maxixe, músicas juninas e marchinhas de carnaval, sendo arranjador de sucessos como “O orvalho vem caindo” e “Alá-Lá-Lô”.

Atuou como arranjador, regente e maestro de vários conjuntos musicais, de teatro, de cinema e grandes orquestras. Destacam-se os Oito Batutas, o Grupo da Guarda Velha e a Orquestra Diabos do Céu, criados por Pixinguinha nos anos 1930.

Tamanha versatilidade resultou na criação de uma linguagem instrumental marcadamente brasileira e rendeu ao artista uma das obras musicais mais originais do país até hoje.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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