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Kaylia Nemour, 1ª ginasta medalhista olímpica da África, trocou França para defender Argélia

Jovem atleta franco-argelina viveu impasse com a Federação Francesa de Ginástica em 2022 e decidiu passar a representar o país natal do pai
Kaylia Nemour, da Argélia, comemora após vencer a final das barras assimétricas femininas da ginástica artística durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, na Bercy Arena, em Paris, em 4 de agosto de 2024

Foto: Loic Venance/AFP

4 de agosto de 2024

A franco-argelina Kaylia Nemour conquistou a medalha de ouro na final das barras assimétricas dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, disputada neste domingo (4) na Arena Bercy. É a primeira vez que uma atleta de um país do continente africano subiu ao pódio da ginástica artística nas olimpíadas.

Com apenas 17 anos, a ginasta deu um show em sua apresentação e recebeu nota de 15.700, superior aos 15.600 conquistados pela atleta na fase classificatória. Emocionada, Kaylia chorou ao sair do aparelho.

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O segundo lugar no pódio foi da chinesa Qiyuan Qiu, que obteve 15.500 pontos e levou a medalha de prata. O bronze ficou com a estadunidense Sunisa Lee após receber nota de 14.800.

Kaylia Nemour trocou a França pela defesa da Argélia na ginástica artística

Nascida na cidade de Sainy-Benoît-la-Forêt, a 280 km de Paris, Kaylia Nemour é filha de mãe francesa e de pai argelino. A atleta começou na ginástica aos quatro anos e, talentosa, despontou na França. Mas sua trajetória no país mudou quando em 2021 ela precisou passar por uma cirurgia nos dois joelhos para tratar de uma inflamação que afeta ossos e cartilagens, causando dores e limitações nos movimentos.

No ano seguinte, o médico autorizou o retorno da ginasta ao esporte, porém a Federação Francesa de Ginástica vetou sua volta por considerar que a atleta ainda precisaria de mais treinamento. Kaylia então decidiu ir defender o país natal do pai e em julho de 2022 a Federação Internacional de Ginástica (FIG) aprovou sua mudança de nacionalidade.

No entanto, a Federação Francesa não liberou a troca de país e a ginasta ficou fora das competições por um ano. Já em 2023, Kaylia voltou a brilhar no Campeonato Africano e ganhou a medalha de prata nas barras assimétricas. A atleta treina em todas as modalidades da ginástica artística, mas é nessa que melhor se destaca.

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  • Nataly Simões

    Jornalista de formação e editora na Alma Preta. Atua há seis anos na cobertura das temáticas de Diversidade, Raça, Gênero e Direitos Humanos. Em 2023, como editora da Alma Preta, foi eleita uma das 50 jornalistas negras mais admiradas da imprensa brasileira.

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