Nesta quarta-feira (29), o Governo Federal do Brasil anunciou a retirada do embaixador brasileiro Frederico Meyer de Tel Aviv, sem designar imediatamente um substituto para o cargo. A decisão foi publicada hoje (29) no Diário Oficial da União e marca um novo episódio na crise diplomática entre os dois países, decorrente do contínuo massacre de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza. A retirada do representante diplomático em um país é considerada uma grave reprimenda na relação entre países.
Meyer havia sido inicialmente chamado para consultas em fevereiro, após declarações controversas do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que acusou o governo israelense de “genocídio” na Faixa de Gaza, abalando as relações diplomáticas. Segundo a fonte do Itamaraty ouvida pela agência francesa AFP, não há perspectivas de retorno do embaixador a Israel.
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As tensões entre Brasil e Israel aumentaram após o início da ofensiva israelense em Gaza, desencadeada por uma incursão de milicianos do Hamas no sul de Israel em outubro de 2023.
O presidente Lula comparou a campanha militar israelense na Faixa de Gaza a ações do regime nazista, o que levou Israel a declará-lo “persona non grata”. O embaixador Meyer foi convocado ao memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, para uma repreensão pública em hebraico, sem tradução, uma medida descrita pela fonte brasileira como uma “humilhação” diplomática.
Diante disso, o Brasil optou pela retirada definitiva de seu representante em Israel. A representação brasileira em Tel Aviv será conduzida pelo encarregado de negócios, Fabio Farias, e o governo Lula não planeja nomear um novo embaixador por enquanto.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, em comunicado, que ainda não recebeu uma “notificação oficial sobre o assunto”, mas convocará o diplomata Farias para uma reunião na quinta-feira (30) para tratar do tema.