Na última segunda-feira (4), policiais militares reprimiram um protesto de professores e estudantes contrários ao leilão de privatização de escolas públicas estaduais na cidade de São Paulo. A ação ganhou repercussão nas redes sociais e foi alvo de denúncia de parlamentares.
A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo e teve a participação de estudantes, professores e ativistas em prol da educação. As pessoas presentes no ato foram alvos de agressões dos PMs ao tentar ultrapassar as grades que bloqueavam o acesso à rua da Bolsa de Valores (B3).
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Carlos Giannazi (PSOL-SP), deputado estadual que esteve presente no protesto, informou que os manifestantes foram recebidos pela Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) com balas de borracha e bombas de gás. “A violência e o autoritarismo do governador Tarcísio não vão nos calar”, declarou em publicação no X (antigo Twitter).
A deputada estadual Monica Seixas (PSOL-SP) compartilhou um vídeo com o momento da repressão policial em seu perfil no X (antigo Twitter). “ Esse é o governador que dizem ser moderado: ataca estudantes e professores”, lamentou.
Para o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), a abordagem foi truculenta e incompatível com o protesto pacífico. “Além da arbitrariedade das privatizações do ensino público, a violência tem marcado de maneira negativa a gestão do atual governador”, diz trecho da publicação.
No X, a primeira vereadora negra reeleita na capital paulista, Luana Alves (PSOL) classificou a operação policial como um “absurdo”.
“O governador Tarcísio de Freitas mandou a PM FECHAR todos os acessos da Rua Quinze de Novembro, onde fica a Bolsa de Valores, e impedir a manifestação contra a VENDA DAS ESCOLAS ESTADUAIS. Um completo absurdo!”, comentou a parlamentar.
Parlamentares denunciam PEC que reduz verba da educação
Também nas redes sociais, os parlamentares anunciaram a possível tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023, prevista para ser votada na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) na tarde desta terça-feira (5).
O projeto, de autoria do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), visa alterar o texto constitucional do estado para flexibilizar a porcentagem de investimento na educação pública, com uma redução de 5%. Na legislação atual, o executivo estadual precisa aplicar, minimamente, 30% da receita resultante de impostos para manutenção e desenvolvimento do ensino público.
Tarcísio ainda propõe que, além da redução, o percentual possa ser utilizado também para o financiamento de ações na área da saúde. No texto legislativo, Freitas argumenta que a proposta de reduzir o investimento educacional se baseia no aumento dos gastos com a saúde.
Para o deputado Carlos Giannazi, a mudança pode resultar na retirada de até R$10 bilhões por ano na pasta da educação e convocou a população para se mobilizar contra o que classificou como “crime”.