A agenda do governo federal na 27ª Conferência do Clima (COP27) não tem uma atividade sequer sobre comunidades quilombolas e povos indígenas. Durante toda a programação, também não há a participação de representantes de grupos quilombolas e indígenas.
Os quilombolas vão participar de discussões no espaço da sociedade civil, chamado de Brazil Climate Hub. O ambiente foi criado pela primeira vez em 2019, no primeiro ano de governo Bolsonaro, quando não houve convites para a sociedade civil acompanhar a COP daquele ano, presidida pelo Chile e sediada em Madrid, Espanha.
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Na terça-feira, às 9h30 no horário de Brasília, há o debate “Ação de transformação por justiça climática: a luta social quilombola”. A Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), movimento social responsável pela discussão, organizou uma comitiva de 11 quilombolas, a maior da história, para a COP27, no Egito.
A expectativa dos quilombolas é a de fortalecer a imagem de que as comunidades também são protetoras do meio ambiente. De acordo com a CONAQ, existem mais de 6 mil quilombos no país, espalhados em todos os biomas do território nacional.
A programação oficial do governo terá a participação do Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, de maneira presencial. Ele será o único representante do primeiro escalão do governo Bolsonaro a participar do encontro. Não há previsão para a chegada do Ministro na agenda oficial do governo. Ele, contudo, é esperado para a segunda semana, quando participará da atividade de fechamento do espaço brasileiro.
O espaço brasileiro dará um maior destaque para apresentar iniciativas da indústria e do agronegócio com impacto positivo no meio ambiente. Existe também a previsão de discussões sobre descarbonização de setores e a expectativa de atração de investimentos internacionais para o setor no país.
O espaço do governo federal desde o ano passado tem uma parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Agropecuária do Brasil (CNA). Em reportagem produzida pela Alma Preta, o Ministério do Meio Ambiente e das Relações Exteriores não apresentaram as informações sobre o investimento feito pelas duas organizações para o stand do país.
O Brasil terá três espaços na COP, um do governo federal, um da sociedade civil, e um consórcio dos governadores da Amazônia.
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