O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, doou 245 armas de fogo para três guardas municipais de três prefeituras do interior de São Paulo. O anúncio foi decretado na segunda-feira (16) e direcionado para as cidades de Americana, Cruzeiro e Tatuí.
Os prefeitos das cidades são alinhados ao governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante a campanha eleitoral, o atual prefeito de Cruzeiro, Thales Gabriel (PSD), declarou apoio ao então candidato ao governo do estado.
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A quantidade de 70 armas foram doadas para a cidade de Cruzeiro, localizada na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, com 82 mil habitantes. Os custos das armas, também de posse da Polícia Civil, representam o valor de R$ 113 mil.
O prefeito de Tatuí, Miguel Lopes Cardoso (MDB), participou de jantar no Palácio dos Bandeirantes, junto de Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, no dia 21 de outubro, quando reiterou o apoio para o candidato do Republicanos. Nas redes sociais do prefeito, ele também anunciou de maneira aberta o apoio a Tarcísio de Freitas durante a corrida eleitoral. O município, próximo de Sorocaba, recebeu 80 pistolas da marca Taurus, avaliadas em R$ 155 mil.
O prefeito de Americana, Chico Sardelli, também apoiou Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro no segundo turno em São Paulo. Depois das eleições, ele chegou a anunciar a saída do PV, que havia manifestado apoio a Haddad e Lula para o governo paulista e a presidência, respectivamente.
A cidade de Americana recebeu 95 armas da marca Imbel, que somadas chegam ao valor de R$ 153 mil. As armas foram direcionadas pela Polícia Civil do estado e as despesas de transporte e alteração da identificação das armas ficam na responsabilidade da prefeitura.
STF decidiu que guardas municipais integram sistema de segurança pública
A ação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) acontece menos de dois meses depois do Supremo Tribunal Federal (STF) definir que os guardas civis municipais fazem parte do sistema de segurança pública do país. O pedido da ação partiu da Associação das Guardas Municipais do Brasil (AGMB).
Paula Nunes, codeputada da Bancada Feminista, criticou a ação do governo estadual.
“Com o reconhecimento pelo STF das guardas municipais como parte do sistema de segurança pública, o estado de São Paulo pretende transformar as guardas em órgãos cada vez mais parecidos com a Polícia Militar. Considero essa postura do governo do estado muito perigosa, porque as guardas não devem ser entendidas como uma polícia municipal, mas sim, como prevê a Constituição, deveriam ser destinadas à proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios. Não há razão para armamento ostensivo das guardas municipais”, afirmou.