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Insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023, aponta ONU

Número de pessoas afetadas pela fome no país passou de 17,2 milhões de brasileiros em 2022 para 2,5 milhões
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fala durante o pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 2024. Anteriormente, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apresentou o seu relatório anual sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI).

Foto: Pablo Porciuncula/AFP

26 de julho de 2024

O Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgado na quarta-feira (24), revela uma significativa redução da insegurança alimentar severa no Brasil. Em 2023, a insegurança alimentar severa no país caiu 85%, com 14,7 milhões de brasileiros deixando de enfrentar a fome extrema. A proporção da população afetada reduziu de 8% para 1,2%, uma diminuição expressiva dos 17,2 milhões registrados em 2022 para 2,5 milhões.

A insegurança alimentar severa, conforme definida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), caracteriza-se pela falta absoluta de acesso a alimentos, levando as pessoas a passarem um ou mais dias sem comer. Este tipo de insegurança tem efeitos graves sobre a saúde física e mental, especialmente na infância.

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O relatório também destaca que a insegurança alimentar severa no Brasil caiu de 8,5% no triênio 2020-2022 para 6,6% no período 2021-2023, representando uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros afetados. Apesar desses avanços, a análise trienal do indicador não reflete completamente o impacto positivo de 2023, já que ainda considera dados de anos anteriores.

Historicamente, o Brasil havia saído do “Mapa da Fome” em 2014, mas retornou entre 2019 e 2022 devido a uma tendência crescente de pobreza e insegurança alimentar intensificada, principalmente, pela pandemia da Covid-19. A recente melhoria sugere um avanço importante na luta contra a fome no país.

Situação global

O relatório SOFI 2024, produzido pela FAO, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), UNICEF, Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que a situação global continua preocupante. Em 2023, cerca de 733 milhões de pessoas, ou mais de 9% da população mundial, enfrentaram fome, com a África registrando a maior porcentagem de sua população afetada (20,4%). Na América Latina e no Caribe, 41 milhões de pessoas passaram fome, representando 6,2% da população da região.

A meta da ONU de erradicar a fome no mundo até 2030 enfrenta desafios crescentes. Mais de um terço da população global não tem acesso a uma dieta saudável, e a estimativa de custo para erradicar a fome até 2030 varia entre 176 bilhões e 3,9 trilhões de dólares. A dificuldade de alcançar essa meta é agravada por conflitos, crises econômicas e fenômenos climáticos extremos.

Lula pede mobilização do mundo contra fome

Durante o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no Rio de Janeiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma mobilização global para enfrentar a fome. “A fome é a mais degradante das privações humanas, é um atentado à vida”, afirmou Lula, destacando que é “absurda e inaceitável” a persistência da fome e da pobreza, em pleno século XXI.

A nova aliança, que será oficialmente lançada em novembro, buscará recursos financeiros e replicará iniciativas locais bem-sucedidas, sendo uma prioridade da presidência brasileira do G20, cuja reunião de ministros das Finanças ocorrerá esta semana no Rio de Janeiro.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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