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MJSP e Unifesp lançam parceria para amparo de mães de vítimas de violência do Estado

O projeto faz parte de ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para garantir políticas públicas de acolhimento a mães de vítimas da violência institucional
A imagem mostra uma mulher negra, integrante do mães de maio, movimento de mães, familiares e amigos vítimas do Estado

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

3 de janeiro de 2024

O MJSP, por meio da Secretaria de Acesso á Justiça (SAJU/MJSP), formalizou, em dezembro, o Projeto de Pesquisa e Intervenção Multiprofissional. Em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o programa visa garantir políticas públicas de acolhimento a mães de vítimas de violência pelo Estado.

Com vigência de 24 meses, a iniciativa concentra suas ações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Minas Gerais, oferecendo 3.300 bolsas no valor de R$ 400. Cerca de R$ 4 milhões foram investidos para a execução do projeto.

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O secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, destacou a importância da ação para o acolhimento de mães e familiares de vítimas de violência institucional em todo o país. Ele ressaltou que além de oferecer suporte a essas mulheres em um momento tão difícil de suas vidas, a iniciativa visa apoiar a formação delas, capacitando-as para oferecer suporte a outras mães e atuar em defesa de seus direitos.

“O objetivo é que elas também possam utilizar suas experiências para contribuir na criação de políticas que garantam a segurança a todos os cidadãos, enfrentando os impactos da violência e da negligência do Estado”, afirmou Marivaldo, em nota oficial.

O projeto não apenas proporcionará acolhimento e escuta qualificada para mães e familiares de vítimas da violência de Estado, mas também incluirá ações de prevenção ao adoecimento. Isso será realizado por meio de acompanhamento multiprofissional, englobando atenção social, simbólica e de saúde.

Além disso, serão oferecidas atividades e formações sobre o acesso à justiça, incluindo atendimentos individuais por profissionais qualificados, bem como a realização de círculos de cultura e encontros periódicos de formação. O projeto ainda prevê a realização de um Seminário Nacional para debater os impactos da violência enfrentada pela população vulnerável, destacando especialmente os desafios enfrentados por pessoas negras e mulheres.

Jovens negros são as principais vítimas

Um estudo exclusivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) para a Alma Preta revelou que 75,4% das vítimas de letalidade policial no Brasil são negras. Enquanto a porcentagem de não-negros ficou em 24,6%.

Na divisão por região, o Sudeste detém o maior percentual de letalidade policial, com 71% das vítimas negras. Em seguida, está o Nordeste com 53%, o Sul com 33% e o Norte com 13%. Os dados são de 2019.

Neste ano, o Instituto Sou da Paz destacou que, segundo o Atlas da Violência 2021, 51% dos homicídios ocorridos no Brasil em 2019 acometeram pessoas de 15 a 29 anos, em sua maioria pessoas negras.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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