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ONU acusa Israel de crimes contra a humanidade em Gaza

Relatório aponta "extermínio" e outros crimes graves; ambas as partes no conflito são acusadas de crimes de guerra
Um homem palestino esvazia um balde de destroços de um apartamento enquanto está na varanda de um prédio destruído no bombardeio israelense de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 11 de junho de 2024, em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo palestino Hamas.

Foto: Eyad Baba/AFP

12 de junho de 2024

A Comissão de Inquérito das Nações Unidas declarou nesta quarta-feira (12) que Israel é responsável por crimes contra a humanidade em Gaza, com destaque para atos de “extermínio”. A ONU também acusou as autoridades israelenses e sete “grupos armados palestinos”, incluindo o Hamas, de cometer crimes de guerra desde 7 de outubro de 2023.

Um relatório da comissão concluiu que Israel cometeu “crimes contra a humanidade de extermínio; assassinato; perseguição de gênero contra homens e meninos palestinos; transferências forçadas, atos de tortura e tratamentos desumanos e cruéis”. A embaixadora de Israel nas instituições da ONU em Genebra, Meirav Shahar, criticou a comissão, acusando-a de “discriminação sistemática” contra Israel e de operar com uma agenda política focada contra o país.

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Segundo a ONU, ao contrário do genocídio, os crimes contra a humanidade não precisam ser direcionados a um grupo específico da população, mas devem ser parte de ataques em larga escala contra qualquer população civil. O presidente da comissão, Navi Pillay, enfatizou a necessidade de responsabilização de todos os criminosos como forma de acabar com os ciclos recorrentes de violência e garantir o respeito ao direito internacional.

A comissão, criada após a guerra de 11 dias entre Israel e Hamas em maio de 2021, também acusou as autoridades israelenses de “obstruir” suas investigações e de negar acesso a Israel e aos territórios palestinos ocupados. O relatório é baseado em entrevistas com vítimas e documentos, incluindo relatórios forenses e imagens de satélite.

Comissão pede fim de ataques

Pillay pediu o “fim imediato das operações militares e ataques em Gaza” por parte de Israel e apelou ao Hamas e aos grupos armados palestinos para “interromperem imediatamente os lançamentos de foguetes e libertarem todos os reféns“, destacando que a tomada de reféns constitui um crime de guerra.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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