A Comissão de Inquérito das Nações Unidas declarou nesta quarta-feira (12) que Israel é responsável por crimes contra a humanidade em Gaza, com destaque para atos de “extermínio”. A ONU também acusou as autoridades israelenses e sete “grupos armados palestinos”, incluindo o Hamas, de cometer crimes de guerra desde 7 de outubro de 2023.
Um relatório da comissão concluiu que Israel cometeu “crimes contra a humanidade de extermínio; assassinato; perseguição de gênero contra homens e meninos palestinos; transferências forçadas, atos de tortura e tratamentos desumanos e cruéis”. A embaixadora de Israel nas instituições da ONU em Genebra, Meirav Shahar, criticou a comissão, acusando-a de “discriminação sistemática” contra Israel e de operar com uma agenda política focada contra o país.
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Segundo a ONU, ao contrário do genocídio, os crimes contra a humanidade não precisam ser direcionados a um grupo específico da população, mas devem ser parte de ataques em larga escala contra qualquer população civil. O presidente da comissão, Navi Pillay, enfatizou a necessidade de responsabilização de todos os criminosos como forma de acabar com os ciclos recorrentes de violência e garantir o respeito ao direito internacional.
A comissão, criada após a guerra de 11 dias entre Israel e Hamas em maio de 2021, também acusou as autoridades israelenses de “obstruir” suas investigações e de negar acesso a Israel e aos territórios palestinos ocupados. O relatório é baseado em entrevistas com vítimas e documentos, incluindo relatórios forenses e imagens de satélite.
Comissão pede fim de ataques
Pillay pediu o “fim imediato das operações militares e ataques em Gaza” por parte de Israel e apelou ao Hamas e aos grupos armados palestinos para “interromperem imediatamente os lançamentos de foguetes e libertarem todos os reféns“, destacando que a tomada de reféns constitui um crime de guerra.