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Orlando Silva defende economia solidária para as periferias de São Paulo

13 de novembro de 2020

Candidato do PCdoB para a Prefeitura de São Paulo afirma que a gestão municipal terá um desafio econômico para os próximos quatro anos em razão dos efeitos da pandemia e aponta saídas voltadas para os negócios existentes nas periferias

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Edilson Dantas

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Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Orlando Silva do PCdoB participou de um encontro com comunicadores negros e periféricos no início de novembro para falar sobre suas propostas para a cidade, em especial para as populações das periferias.

Sobre a campanha, destacou que o próximo prefeito terá grandes desafios no campo da economia nos próximos anos em razão dos efeitos da pandemia da Covid-19. O plano de governo do candidato traz como meta a criação de, pelo menos, 300 mil novos postos de trabalho para reduzir em 30% o desemprego logo no primeiro ano de mandato.

“A Covid vai deixar um rastro brutal. Além de ceifar vidas, sobretudo negras e periféricas, vai causar um abalo na economia. Em 2020, teve o auxílio emergencial do governo federal que não virá em 2021. Vai ser um drama. Por isso, a prioridade é emprego e renda. Gerar emprego com investimentos em infraestrutura e construção, frentes de trabalho para jovens e incentivar as cooperativas e as iniciativas de economia solidária“, disse o candidato.

Orlando promete ainda focar na criação de micro-crédito para pequenas e micro-empresas nas periferias. “No Campo Limpo tem um Banco Comunitário que criou uma moeda própria. Eles incentivam pequenos negócios que fazem circular a economia local”, apontou.

Outro ponto que o candidato ressaltou sobre o incentivo da economia nas periferias é uma mudança nas regras de compras da prefeitura e das licitações. A ideia é incentivar a compra de produtos produzidos nas periferias por cooperativas.

“A gente precisa de 1 milhão de uniformes para as escolas. Quem ganha é uma empresa que faz a importação da China. Eu entendo que essas compras sejam direcionadas para cooperativas nas periferias. Imagina, tem uniforme de verão, uniforme de inverno, isso vai fazer girar a economia aqui. Vai gastar mais, sim, mas o que vai gerar de ganho de escala no combate à crise é enorme. A cooperativa na periferia precisa de uma estratégia de sustentação“, comentou.

Segundo o candidato, que também é deputado federal, esse incentivo da prefeitura vai ajudar no fortalecimento das cooperativas. “No primeiro momento o governo estimula, no momento seguinte a cooperativa ganha estrutura e voa. Eu acho que neste primeiro momento a Prefeitura precisa participar”, considerou.

Comunicação nas periferias

A jornalista Gisele Brito, da Rede Jornalistas da Periferia, apresentou uma pesquisa feita pelo Fórum Comunicação e Territórios, que mapeou as diversas formas de comunicação que são desenvolvidas, na maioria delas de forma independente e nas periferias da capital.

“A pesquisa identifica 97 iniciativas de comunicação em territórios. A periferia percebeu há muito tempo como é estratégico o processo de comunicação”, afirmou a jornalista, que completou dizendo que o material produzido pelas mídias tradicionais não retratam a vivência das pessoas na periferia. “Ou ‘esteriotipa’ ou ‘invisibiliza’ a vida nas periferias”, destacou.

Em resposta, Orlando Silva disse que fará um governo com mais espaço para as mídias periféricas e que vai incentivar as iniciativas de comunicação feitas por comunicadores das comunidades. O candidato citou ainda o processo de ampliação das rádios comunitárias. “É fundamental democratizar os meios de comunicação”, concluiu.

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