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Um ano após ataque em Brasília, acervo não foi recuperado e prejuízo soma R$ 12 milhões

Diversas obras ainda estão em processo de restauração; valor deve ser ainda maior
Imagem mostra sala em Brasília depredada por manifestantes

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

8 de janeiro de 2024

Após um ano dos ataques aos três poderes em Brasília (DF), ocorridos em 8 de janeiro de 2023, o patrimônio público destruído ainda não foi recuperado totalmente. Além dos prejuízos financeiros, artigos importantes do acervo que existia na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes foram perdidos.

Teto, vidraças e paredes foram as partes mais atingidas por invasores que depredaram o conjunto arquitetônico dos três principais palácios da República, que são tombados como patrimônio mundial. Obras de arte que faziam parte do acervo terão um longo processo de restauração.

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Uma das cenas mais emblemáticas e reproduzidas dos ataques mostram o momento em que um dos invasores, identificado como Antônio Cláudio Alves Ferreira, derruba um relógio do século 17, que ficava dentro do Palácio do Planalto.

Imagem mostra homem derrubando relógio centenário no Palácio do Planalto
Imagem mostra homem derrubando relógio centenário no Palácio do Planalto Reprodução/TV Brasil.

A peça foi um presente da corte francesa ao imperador Dom João VI, em 1808, e vai passar por um processo de revitalização. Segundo acordo com a Suíça, formalizado pela embaixada, ainda não é possível estimar o custo da reparação.

O Supremo Tribunal Federal (STF) registrou o furto, quebra e destruição completa de quase 1 mil itens. Cerca de 20 obras devem passar por um processo de restauração em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, fruto de um acordo entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Os prejuízos materiais já passam de R$ 12 milhões, só no Senado, a recuperação dos itens musealizados somou mais de R$ 483 mil e ainda há peças em restauração. No Congresso Nacional, cerca de 82% das obras depredadas na Câmara dos Deputados passam por tratamento, mas parte delas não voltam a ser expostas. 

Até o momento, o STF informou que 116 itens foram restaurados: 22 esculturas ( entre bustos, estatuetas, Crucifixo do Plenário e Estátua “A Justiça”); 21 telas e tapeçarias;  4 galerias de retratos (galeria de ministros, de presidentes, de diretores-gerais e secretários-gerais); 19 objetos (lustres, Brasão da República, vasos); 50 itens de mobiliário (cadeiras, mesas, móvel expositor da Constituição, etc.).

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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