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Nas religiões afro, acolhimento está acima da sexualidade e identidade de gênero

Baba Thales aborda como as tradições afro-brasileiras acolhem e respeitam a diversidade sexual e de gênero
Imagem mostra bandeira da comunidade LGBTQIAPN+

Foto: Raphael Renter/Unsplash

17 de agosto de 2024

As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, têm uma longa história de inclusão e respeito às questões da comunidade LGBTQIAPN+. Essas tradições, profundamente enraizadas na cultura brasileira, são conhecidas por seu acolhimento a todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

“As religiões de matriz africana sempre foram um espaço de acolhimento e respeito à diversidade. A nossa fé é baseada no princípio de que todos os seres humanos são filhos dos Orixás, e cada pessoa é única e valiosa. A orientação sexual ou identidade de gênero de alguém não diminui em nada sua importância ou seu valor dentro do terreiro”, afirma o babalorixá Baba Thales.

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Essas religiões possuem uma visão de mundo que reconhece e celebra a diversidade. Os Orixás, divindades espirituais que representam forças da natureza e aspectos da vida humana, são adorados sem distinção de gênero ou sexualidade. Isso se reflete na maneira como as questões LGBTQIAPN+ são tratadas dentro dessas comunidades.

“Em nossas tradições, o respeito ao próximo é fundamental. Os Orixás nos ensinam a aceitar e valorizar cada pessoa como ela é. As cerimônias e rituais são momentos de celebração da vida em todas as suas formas, e isso inclui o reconhecimento e a aceitação das pessoas LGBTQIAPN+”, explica Baba Thales.

Além disso, muitas lideranças religiosas dentro dessas tradições têm se destacado na luta por direitos e visibilidade para a comunidade LGBTQIAPN+. Esses líderes trabalham incansavelmente para garantir que todos os praticantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, se sintam acolhidos e respeitados.

“Estamos vivendo tempos em que é crucial afirmar a importância do respeito e da inclusão. As religiões de matriz africana têm muito a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos possam viver sua fé e sua identidade de forma plena e sem medo”, diz a liderança religiosa.

A abordagem inclusiva das religiões de matriz africana em relação às questões LGBTQIAPN+ é um exemplo poderoso de como a espiritualidade pode ser uma força para a igualdade e o respeito. No terreiro, todos são bem-vindos, e cada indivíduo é valorizado por sua essência, não por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Essa mensagem de inclusão e respeito é essencial não apenas dentro das comunidades religiosas, mas para toda a sociedade.

“Nosso compromisso é com a vida e com o amor ao próximo. O candomblé nos ensina a abraçar a diversidade e trabalhar juntos para um mundo mais respeitoso e inclusivo e respeitoso”, conclui o babalorixá.

  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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