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Racismo religioso e o embranquecimento dos Orixás: uma reflexão sobre questões raciais

Esta distorção não só desvirtua a essência das religiões afro-brasileiras, mas também contribui para a manutenção de uma hierarquia racial onde o negro é inferiorizado e o branco, idealizado
Marcus Vinícius via Flickr

Foto: Marcus Vinícius via Flickr

26 de maio de 2024

O racismo religioso e o embranquecimento dos orixás são fenômenos profundamente enraizados na sociedade brasileira, refletindo um legado colonial que perpetua a marginalização das religiões de matriz africana e de seus seguidores.

As religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, têm sido historicamente alvo de discriminação e perseguição, tanto no âmbito social quanto institucional. Esse preconceito se manifesta não apenas na demonização dessas práticas, mas também na tentativa de adaptar suas divindades a um padrão estético europeu, em um processo conhecido como embranquecimento dos orixás.

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O embranquecimento dos orixás é um sintoma de um problema maior: o racismo estrutural que permeia a sociedade. Esta prática envolve a representação dos deuses africanos com características físicas europeias, apagando sua verdadeira origem e desrespeitando a identidade cultural de seus adoradores. Esta distorção não só desvirtua a essência das religiões afro-brasileiras, mas também contribui para a manutenção de uma hierarquia racial onde o negro é inferiorizado e o branco, idealizado.

As questões raciais estão intimamente ligadas ao racismo religioso. O Brasil, um país de maioria negra e parda, ainda carrega os traumas da escravidão e a contínua luta por reconhecimento e igualdade. As religiões de matriz africana são, para muitos, um importante elemento de resistência cultural e identidade racial. Ao embranquecer os orixás, a sociedade tenta subverter essa resistência, impondo uma narrativa que favorece a supremacia branca.

Para combater o racismo religioso e o embranquecimento dos orixás, é essencial promover a educação e a conscientização sobre a riqueza e a importância das religiões afro-brasileiras. Valorizando e respeitando a diversidade cultural, podemos começar a desconstruir os preconceitos arraigados e construir uma sociedade mais justa e inclusiva. Reconhecer e celebrar a verdadeira identidade dos orixás é um passo importante para a valorização das culturas afro-brasileiras e para a promoção da igualdade racial.

  • Felipe Ruffino

    Felipe Ruffino é jornalista, pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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