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Manifestação “vidas negras importam” ocorre neste momento na Avenida Paulista

14 de junho de 2020

Ato do movimento negro pede o fim do racismo e reúne torcidas organizadas e em prol da democracia

Texto: Pedro Borges | Edição: Guilherme Soares Dias | Imagem: Pedro Borges

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A Avenida Paulista, em São Paulo, voltou a ser palco de manifestação contra o racismo neste domingo (14). Os manifestantes se reúnem desde as 13h no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato contra o racismo e fascismo e em defesa da democracia reúne menos pessoas do que na semana anterior (7), quando ocorreu no Largo da Batata, em Pinheiros.

Cerca de mil pessoas estão na região da Avenida Paulista,  sendo a maior parte integrantes de torcidas organizadas e movimentos sociais. Muitas bandeiras pediam “Fora Bolsonaro”, enquanto outras lembravam que “vidas negras importam”. Por conta do frio, as pessoas usam agasalhos, além das máscaras de proteção contra o coronavírus. Carros de som estão posicionados para discursos de líderes do movimento negro.

Antes de começar a manifestação, dezenas de viaturas do Batalhão do Choque já estavam posicionadas no entorno do Parque Trianom, preparadas para acompanhar o ato. O número de policiais e de manifestantes era praticamente o mesmo. Mas o ato ocorre tranquilo.

Maria Rute Alves Brito, que se identificou como baiana da Gaviões da Fiel, participou do ato lembrando que a torcida do Corinthians sempre esteve do lado do povo. Ela ressalta que no protesto da semana passada empunhou um cartaz dizendo “mãe preta presente, mas não sou farropilhense”. “Na Guerra das Farropilhas, os escravizados foram usados para acabar com o império, com a promessa de que fossem alforriados depois e isso não aconteceu. Hoje, todo mundo que está aqui é antifascista, mas nem todos são antirracistas”, afirma.

Malu Nogueira, integrante do Afronte, afirma que foi para a rua “porque não nos deixaram escolhas”. “Eu falo da morte de pessoas como o João Pedro, que foi morto dentro de casa. Temos notícias como essa todos os dias. Nos foram furtadas todas as condições de resguardar nossas vidas do vírus”, afirma, ressaltando que uma parcela grande da população não recebeu o auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal e precisa sair de casa para garantir o sustento. “Manifestar-se nesse momento é uma luta contra o genocídio, contra a militarização, pelo direito da população se resguardar e não morrer nem de tiro, nem de vírus”.

Essa é a terceira semana seguinte em que há protestos pelo fim do racismo em São Paulo. O primeiro ato ocorreu dia 31 de maio, na Avenida Paulista. A equipe do Alma Preta acompanha a manifestação e deve trazer mais informações em breve.

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