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Ator, militante da causa negra e fã de futebol, Antônio Pitanga chega aos 80

2 de agosto de 2019

​Pai dos atores Camila e Rocco Pitanga, o sobrenome Pitanga veio de seu personagem em Bahia de Todos os Santos, filme de mesmo nome​

Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / Reprodução 

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Antônio Luiz Sampaio é vascaíno, baiano e gosta muito de jogar futebol com os filhos e netos. Mais conhecido como Antônio Pitanga, o ator nasceu em Salvador, Bahia, em 13 de Junho de 1939.

Estudou arte dramática na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Seu primeiro trabalho foi o filme “Bahia de Todos os Santos” (1960), de Trigueirinho Neto. Na época, ainda se chamava Antônio Sampaio, mas seu personagem no filme, chamado “Pitanga”, foi significativo o suficiente para que o “apelido” virasse sobrenome.

Em 1997, ele mudou seus documentos no cartório e passou a usar o “Pitanga” oficialmente. Seus filhos, Rocco e Camila adotaram o sobrenome, que até hoje muita gente não sabe que veio de um personagem.

A interpretação de Pitanga ganhou destaque em alguns filmes brasileiros, como “A Grande Cidade” (1966), no qual o ator interpreta Calunga, um malandro carioca.

Durante o Cinema Novo, o ator trabalhou muito em filmes de diretores ligados ao movimento como Carlos Diegues e Glauber Rocha, atuando em clássicos como “A Grande Feira” (1961), “Ganga Zumba” e “Câncer” (filmado em 1968).

A convivência com os diretores do Cinema Novo despertou a vontade de dirigir filmes. Em 1978, Antonio Pitanga fez “Na Boca do Mundo”. Escrito pelo colega Cacá Diegues e por Leopoldo Serran, tem no elenco Milton Gonçalves, Maurício Gonçalves, Norma Bengell.

A história acontece em Atafona, litoral do Rio de Janeiro,onde vive um pescador, o Antônio, que, estimulado por sua amada Terezinha, cria uma vontade de deixar seu pequeno povoado para trás e viver na cidade grande, mas a chegada de Clarrise muda o destino do casal.

Mais recentemente, atuou ainda nos longa-metragens, como “Apolônio Brasil – O campeão da alegria” (2003), de Hugo Carvana e “Garotas do ABC” (2004), de Carlos Reichenbach.

Em 2006, fez “Zuzu Angel”, de Sérgio Rezende, cine-biografia da estilista que teve o filho, Stuart Angel, morto pelo regime militar e, em 2007, fez “O homem que desafiou o diabo” (2007), de Moacyr Góes.

Além de atuante pela causa negra nas telas de cinema, Pitanga também é membro do conselho do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), organização idealizada pela atriz Zezé Mota que tem o objetivo de promover a inserção do artista negro no mercado.

Como prova de sua atuação em prol da população negra, em junho deste ano, Pitanga recebeu a medalha de Zumbi dos Palmares. A honraria é concedida a cidadãos, grupos ou entidades destacados ao longo da sua história por defender a cultura afrodescendente, no combate ao racismo e lutando contra a intolerância religiosa.

“Bota emoção viver isso aqui! Já é uma emoção nascer aqui na Bahia e ter iniciado a carreira aqui. E agora essa caminhada chega até esse momento. Estou com 80 anos, estou mexendo, estou bem!”, comentou ele na ocasião.

Filme sobre a vida

Em abril passado, um documentário com a história do ator foi lançado em Salvador. “Pitanga” mostra encontros e reencontros dele com amigos, familiares, cineastas e músicos.

Com direção do cineasta Beto Brant e da atriz e filha, Camila Pitanga, o longa tem a participação de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Lázaro Ramos e Rocco Pitanga.

A obra foi eleita pela crítica como o melhor filme brasileiro na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e também ganhou prêmio do público na Mostra de Cinema de Tiradentes.

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