Assinada por 16 parlamentares, carta demonstra preocupação com os direitos humanos e a democracia brasileira; Em setembro, o movimento negro se reuniu com um dos parlamentares
Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / Divulgação – Congresso do Texas
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Nesta quarta-feira (25), congressistas em Washington apresentaram uma resolução na Câmara dos Representantes que pode dificultar as relações entre Donald Trump e Bolsonaro. A iniciativa aconteceu no dia seguinte ao discurso do presidente brasileiro na abertura da sessão de debates da Assembleia-Geral da ONU.
No texto, com a assinatura de 16 deputados do Partido Democrata, grupo com maioria na Câmara, os parlamentares dizem que os Estados Unidos devem cancelar a designação do Brasil como aliado preferencial extra-Otan e suspender todo o apoio militar e policial americano ao governo brasileiro.
Para que ocorram parcerias, os legisladores apontam: “a não ser que o Departamento de Estado se certifique formalmente que medidas efetivas estejam sendo tomadas para evitar mortes injustificadas promovidas por agentes de segurança brasileiros, para investigar e judicializar mortes de ativistas e para cumprir com normas internacionais de direitos humanos”.
Os assinantes solicitam que o governo americano se oponha a financiamentos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento a “projetos que possam contribuir com o desmatamento ou incêndios em florestas tropicais da região amazônica”.
Dentre outros pontos tratados pelos deputados está a proteção aos direitos das populações indígenas e quilombolas, “incluindo seus direitos a organização social, costumes, linguagem e crenças, além do direito a suas terras tradicionais”.
A ditadura brasileira, elogiada pelo presidente, também foi lembrada como algo trágico. “(…) torturou 20.000 pessoas e matou ou desapareceu com 434 pessoas, de acordo com Comissão da Verdade”, lembraram os parlamentares.
A carta foi apresentada por Raúl Grijalva, Rohit Khanna e Debra Anne Haaland, com o apoio de Susan Wild, Bobby L. Rush, Eleanor H. Norton, Jim P. McGovern, Betty McCollum, Hank Johnson, Jared Huffman, Adriano Espaillat, Sheila Jackson Lee, Jesús “Chuy” García, Peter A. DeFazio e Mark Pocan.
Movimento negro nos EUA
Entre os dias 11 e 13, a Coalizão Negra por Direitos participou do Congresso Black Caucus, em Washington DC. O encontro reuniu congressistas afroamericanos, políticos e lideranças negras de todo os EUA.
Na ocasião, representantes da Coalizão, se encontraram com deputado Henry Hank Jonhson Jr., um dos congressistas que assinou a carta.
O parlamentar gravou um vídeo onde manifestou apoio à população quilombola de Alcântara, no Maranhão. Ele também defendeu respeito à Constituição Federal brasileira.