Mostra de teatro em língua portuguesa reúne atores, autores e pensadores de cinco nações no Sesc Ipiranga em São Paulo até o dia 11 de junho. O Festival ainda contará com bate-papos, oficinas e debates em sua programação.
Texto e imagem / Divulgação
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Portugal, Moçambique, Cabo Verde, Brasil e Angola encontram-se no palco do Sesc Ipiranga, até o dia 11 de junho, no Festival Yesu Luso – Teatro em Língua Portuguesa, que tem curadoria da atriz Arieta Corrêa e do produtor Pedro Santos. Presentes nos cinco continentes, o idioma que une todas essas nações é o quarto mais falado no mundo. Mas, às vezes, parece caminhar isolado, solitário. “O que nos choca é o gigantesco afastamento entre as pátrias falantes dessa mesma língua. Um silêncio, um abismo, uma distância, no que se refere às relações sociais entre a maioria dos países lusófonos”, comenta Arieta.
Com o sonho de mudar esse panorama, a mostra mistura o português em infinitas possibilidades e trabalha as relações que cada um dos países têm com a produção artística brasileira. Durante a programação, que traz seis peças de teatro, uma oficina e três debates com artistas e pensadores dos cinco países, essas combinações podem ser, por exemplo, de nacionalidades.
O encenador brasileiro Marco Antonio Rodrigues, cofundador da Cia. Folias D´Arte e ganhador dos prêmios Molière e Mambembe, está na direção de “As Três Irmãs (Making Of)”, inspirado na obra homônima do escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904). A montagem é encenada pelo português Grupo Teatrão. A plateia brasileira também terá acesso a figuras que norteiam a cultura e o imaginário angolano em Rostos de Loanda, Luanda, do Grupo Colectivo Miragens de Teatro.
Ao pensar em uma (re)aproximação humana e histórica, os curadores do Yesu Luso chegaram à conclusão de que o melhor caminho para essa interação seria a arte. “Através das diferentes expressões artísticas de cada um desses países, poderemos refletir, nos relacionar, nos identificar e nos envolver verdadeiramente uns com os outros”, observa Corrêa.
Temas densos, como o abuso sexual de menores, são apresentados pelos cabo-verdianos do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo em Teorema do Silêncio, com texto de Caplan Neves e direção de João Branco. O cansaço generalizado e o extermínio da intimidade no mundo de hoje são os debates de um ator de teatro e de uma atriz pornô em “I Can´t Breathe”, em que Elmano Sancho surge como autor, diretor e ainda interpreta, ao lado de Cheila Lima.
Para acessar a programação completa clique aqui.
Nascedouro
O Festival Yesu Luso, que tem seu nome derivado de um dialeto moçambicano (em que o termo “yesu” significa nosso), surgiu de um projeto-piloto chamado Festival de Teatro Lusófono, que foi apresentado por Arieta Corrêa e Pedro Santos no Sesc Bom Retiro, em 2015. Essa “primeira edição” tinha um formato parecido, com peças e workshops de artistas trazidos dos mesmos cinco países da mostra repaginada.
Arieta Corrêa
Nascida no interior de São Paulo, Arieta Corrêa começou sua carreira no teatro amador aos 10 anos. Integrou o elenco da Companhia de Ópera Seca, do encenador carioca Gerald Thomas, enquanto cursava Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou em sua primeira novela, “O Rei do Gado”, com direção de Luiz Fernando Carvalho, em 1996.
Três anos mais tarde entrou para o CPT de Antunes Filho, com quem trabalhou por oito anos e contracenou nas peças “Medeia 1 e 2”, “Antígona” “O canto de Gregório” e “Pret-a-porter”. Ela também dirigiu os espetáculos “Macbeth”, de William Shakespeare, e “Cartas ao jovem Poeta”, de Rainer Maria Rilke.
A partir de 2010, a atriz iniciou sua carreira no cinema, ao participar dos longas-metragens “Como Esquecer”, de Malu de Martino; “VIPs”, de Toniko Melo; “Um Homem Qualquer”, de Caio Vecchio; “Vitrola”, de Charly Braun; “Finding Josef”, de Moises Menezes; e “Octávio e as Letras”, de Marcelo Masagão.
Seus mais recentes trabalhos teatrais foram “TRIBOS”, de Ulisses Cruz; “Florbela”, de sua autoria, e “Jacqueline”, de Rafael Gomes. Foi indicada e contemplada com importantes prêmios brasileiros de artes cênicas, como Shell, Questão de Crítica e Quem.
Pedro Santos
Nascido em Braga, no norte de Portugal, em 1981, Pedro Santos tem bacharelado em Animação e Produção Artística e licenciatura em Produção Artística, ambos no Instituto Politécnico de Bragança. Ele também é formado em Audiovisuais e Multimédia, pela PME Portugal.
Organizou, ainda na faculdade, a 1ª Bienal do Mascareto, em Bragança, e, nesse mesmo período, trabalhou na Câmara Municipal de Braga, realizando grandes produções como “O Bragajazz”, “O BragaRomano” e o “Mimarte”. Trabalhou durante oito anos como produtor do histórico Theatro Circo de Braga, um espaço centenário que mantém uma programação nacional e internacional intensa.
Chegou ao Brasil em 2015 para produzir o espetáculo “Florbela”, de Arieta Corrêa, inspirado na biografia e poemas da poetisa portuguesa Florbela Espanca (1894-1930).
Serviço
YESU LUSO – TEATRO EM LÍNGUA PORTUGUESA
Até 11/06. Teatro (200 lugares)
Ingressos: R$ 9,00 a R$30,00
Para acessar a programação completa clique aqui.
Sesc Ipiranga: Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga
Telefone – (11) 3340-2000 – www.sescsp.org.br/ipiranga
Acesso para deficientes físicos
Não há estacionamento no local
Ingressos à venda pelo portal www.sescsp.org.br ou nas bilheterias das unidades