PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Após 17 anos, território de comunidade quilombola é titulado em São Paulo

A decisão foi publicada nesta segunda-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU)
Remanescentes da comunidade quilombola Jaó.

Foto: SENAR-SP

28 de novembro de 2023

Após 17 anos desde a certificação da Fundação Cultural Palmares, o território tradicional da comunidade quilombola Jaó, localizada em Itapeva, no estado de São Paulo, foi reconhecido e titulado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A decisão foi publicada nesta segunda-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU).

Considerada um dos quilombos mais antigos do país, a comunidade possui a delimitação de pouco mais de 165 hectares, onde vivem 266 pessoas. Sua história iniciou no fim do século 19, quando um casal de resistentes do regime escravocrata recebeu as terras abandonadas do Sítio da Ponte Alta. Além de trabalhar em outros sítios, o casal e seus descendentes passaram a produzir nas terras da comunidade, para subsistência.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Segundo dados do último censo demográfico do IBGE, o Brasil possui mais de 1,3 milhão de quilombolas, dos quais menos de 5% estão em territórios demarcados. No total, são quase seis mil comunidades quilombolas espalhadas pelo país.

Os números também revelam que a população quilombola está presente em 1.696 municípios brasileiros, sendo mais da metade dela localizada na região nordeste do país e que mais de 80% da população quilombola é encontrada fora de terras demarcadas.

O Decreto 4.887/2003, que se tornou um símbolo da luta quilombola ao regulamentar o “procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”, completou duas décadas em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil. 

Na mesma data, durante o evento “Brasil pela Igualdade Racial”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto 11.786/2023 para instituir a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola (PNGTAQ), que visa, entre outros objetivos, fortalecer os direitos territoriais e ambientais das comunidades quilombolas e apoiar e promover as práticas de gestão territorial e ambiental desenvolvidas pelas comunidades quilombolas.
A política, que compõe um pacote de 13 medidas promovidas pelo governo federal, contribuirá para promover o desenvolvimento socioambiental, a melhoria da qualidade de vida, o bem-viver, a paz e a justiça climática, com as condições necessárias para a reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações das comunidades quilombolas.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano