A exposição itinerante “Nossa Luta: a perseguição aos negros durante o Holocausto” dá visibilidade à perseguição sofrida pela população negra, mas pouco registrada, durante a Segunda Guerra Mundial na Alemanha. A mostra fica em exibição no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília (DF), até o dia 8 de dezembro.
Composta por 23 painéis, a apresentação possui cinco vitrines e cinco totens com conteúdos audiovisuais sobre a comunidade afro-alemã, que começou a se formar no fim do século XIX, a partir da dominação colonial sobre territórios africanos; e era formada por pessoas de países como Camarões, Togo, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia.
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De 1933 a 1945, época marcada pela Segunda Guerra Mundial, os afro-alemães já eram um número expressivo quando foram alvo de perseguição, isolamento, experimentos médicos, desaparecimentos e assassinatos.
A mostra destaca que algumas pessoas da comunidade lutaram no lado alemão na Primeira Guerra e, depois dela, passaram a ser atacadas por propagandas que criaram termos como “bastardos da Renânia”, para se referir, pejorativamente, aos filhos dos soldados de origem africana com mulheres alemãs, crianças que foram submetidas à esterilização forçada e estigma social.
Cenário este que era baseado no ideário racista que estruturou a política de extermínio de judeus, ciganos, pessoas com deficiência, negros, homossexuais e pessoas de algumas etnias eslavas.
O coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Afinidade de Raça, Devair Sebastião Nunes, ressaltou a importância da exposição. “Nossa Luta vem mostrar que ações urgentes são necessárias a fim de preservarmos a diversidade humana. Necessitamos de políticas públicas eficientes e mudanças culturais. A monotonia de uma cor só não é a regra do universo, mas sim a da diversidade. São as diferenças que produzem a evolução da humanidade”, defendeu em entrevista à rádio Senado.
Além da perseguição aos negros durante o nazismo, a exibição recorda também o genocídio dos povos hereros e namaquas pelo Império Colonial alemão, no território da atual Namíbia, além de propor um diálogo com a história do Brasil e seus desafios contemporâneos, como a superação do racismo.